Enfermeiros são orientados sobre novo tratamento da tuberculose

Saúde
23/11/2010 17h51
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A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) encerrou na tarde desta terça-feira, 23, mais uma capacitação direcionada a enfermeiros da Rede de Atenção Básica. Desta vez, eles receberam treinamento em estratégias para o Tratamento Diretamente Observado (TDO) para pacientes com Tuberculose. De acordo com o Ministério da Saúde, a tuberculose é curável e essa nova forma de tratamento observado é uma proposta que aumenta a probabilidade de cura dos doentes em função da garantia do tratamento assistido, contribuindo para a interrupção da transmissão da doença.

Com o TDO, o paciente recebe a medicação e tem todo o seu tratamento observado pelos serviços de saúde. Na primeira fase de tratamento(2 meses), o paciente é obeservado pela equipe de segunda à sexta-feira; na segunda fase (4 meses seguintes), são realizadas três observações por semana. De acordo com a enfermeira do programa Municipal de Combate à Tuberculose, Jô Magalhães, os profissionais de enfermagem estão conhecendo as diretrizes do Ministério da Saúde para este novo tratamento da tuberculose.

"Estamos aqui para sensibilizar, repassar esse protocolo, para que a gente possa avançar ainda mais nesse trabalho de combate à tuberculose, diminuindo os índices de abandono do tratamento e aumentando os índices de cura", afirma a enfermeira. Ela explica que a erradicação é um sonho distante, mas o trabalho objetiva reduzir ainda mais o número de casos. "Fazemos isso buscando identificar os casos, tratando, curando, vacinando as crianças contra o BCG, e a grande novidade é trabalhar com o tratamento observado, vendo se o paciente está tomando a medicação", ressalta.

Jô Magalhães acredita que com a ajuda da categoria dos enfermeiros e também de toda a equipe do Programa de Saúde da Família, composta por médicos, auxiliares, agentes, odontólogos, gerentes e coordenadores, é possível atenuar os problemas, fazer decrescer os casos de tuberculose e aumentar os índices de cura ao diminuir os índices de abandono do tratamento.

Treinamento

Selma Maria dos Santos, que trabalha na Unidade de Saúde da Família (USF) Antônio Alves, no bairro Atalaia, disse que o treinamento foi enriquecedor. "Na nossa prática, no dia a dia, precisamos sempre estar nos reciclando, buscando novas informações, e neste caso ainda mais, já que foi criada uma nova forma de tratamento. Foi muito importante para todos os profissionais essa atualização", afirmou.

Solange Lima Dória, enfermeira da USF Fernando Sampaio, no conjunto Castelo Branco, lamentou que a tuberculose seja uma doença sem fronteiras, que atinge todas as regiões do Brasil. "Antes se pensava que a tuberculose só atingia as comunidades de baixa renda. Hoje as pessoas começam a tomar consciência de que isso não é verdade, a doença não escolhe classe social. E é importantíssimo que nós tenhamos uma preocupação em nos atualizar para prestar atendimento de excelência aos nossos usuários", ressaltou a enfermeira.

Tuberculose

A tuberculose é uma das enfermidades mais antigas e conhecidas do mundo. Mas não é uma doença do passado, como muitos pensam. Está em estado de emergência decretado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como enfermidade reemergente, desde 1993. Um terço da população mundial está infectada pelo M. tuberculosis e, por ano, são 8,5 milhões de casos e 3 milhões de mortes causadas pela doença, a maioria em países em desenvolvimento. Anualmente notifica-se no Brasil perto de 100 mil casos de tuberculose, 85 mil desse total são casos novos. Cerca de 6 mil pacientes morrem por ano no país.