Operação previne e combate a dengue na zona norte

Saúde
26/11/2010 16h06

Nesta sexta-feira, 26, a operação 'Todos contra a Dengue' da Prefeitura de Aracaju esteve no bairro Industrial. Os agentes de endemias que integram o mutirão se concentraram na Unidade de Saúde Família (USF) Dona Jovem, de onde partiram às 8h para realizar o trabalho de visitas domiciliares e conscientização dos moradores do bairro. Cerca de 200 agentes, divididos em grupos de 10 pessoas, integraram a mobilização, cuja meta inicial era visitar aproximadamente 5.000 imóveis até as 17h.

A agente de saúde Diana Ruth Alves, em visita à casa da dona Jenilza dos Santos, encontrou a lavanderia vazia, mas com um restinho de água lá no fundo do tanque. "Esse pouquinho de água já é suficiente para que o mosquito deposite seus ovos. Por isso, além de esvaziar a lavanderia, é preciso secar toda a água que acaba ficando", orientou a agente.

Dona Jenilza, que mora com o esposo no Residencial Santa Tereza há 10 meses, afirma que desconhecia a necessidade de tomar esse tipo de cuidado minuncioso com a lavanderia. "É muito importante a visita dos agentes para que as pessoas passem a cuidar melhor de suas casas. Tem pessoas que pensam que o problema é só do vizinho, mas problema do vizinho que não cuida bem da casa também é meu. Essa é uma obrigação de todos", disse a dona de casa.

Persistência

Cada agente de saúde envolvido no mutirão visita em média 25 casas. De acordo com agente Antônio Filho, o que mais o preocupa são os casos de focos persistentes. "A gente vive batendo na mesma tecla, informa, orienta, mas ainda existem muitas pessoas que não se conscientizam, não atendem as nossas sugestões e continuam deixando objetos que permitem o acúmulo de água e, consequentemente, o desenvolvimento da dengue", lamentou.

Residente há 8 anos no bairro Industrial, Dona Elisânia Moura não tem lavanderia em casa. "Também evito vasos de planta ou enfeites que possam acumular água", afirma. O agente de saúde Marcelo dos Santos, que visitou a residência de Elisânia, conta que nem todas as donas de casa tomam essas precauções.

"Tem gente que deixa acumular água em reservatórios e espera o agente chegar para aplicar o remédio que elimina as larvas. O que mais a gente vê são pessoas que insistem em armazenar água em lavanderias sem colocar nenhuma espécie de proteção para evitar a dengue. Então, todas as vezes que retornamos para a visita periódica, encontramos as larvas do mosquito", revela Marcelo.

O agente ainda orientou Dona Elisânia a procurar a unidade de saúde do bairro caso algum integrante da família dela apresente febre alta constante. "Não se pode tomar nenhuma espécie de medicamento sem antes procurar o posto médico local. Esse é o procedimento mais adequado", ensinou o agente de endemias.

Conscientização

A ações do mutirão de combate à dengue no bairro Industrial não se restringiram às visitas a residências e imóveis da localidade. Na USF Dona Jovem foi montado um estande para conscientizar os moradores sobre a importância da participação de todos para eliminação do risco de dengue. A estrutura, além de dispor de cartilhas educativas, expôs maquetes ensinando as formas de evitar a proliferação dos focos do mosquito transmissor.

Crianças e adolescentes da Escola Alcebíades de Melo Villas Boas puderam participar de palestra sobre a dengue dentro da unidade de saúde. "Um só mosquito pode picar até dez pessoas, que devem adoecer pelo período de três a 15 dias, com sintomas como febre alta, dor de cabeça, manchas vermelhas no corpo. Para evitar esse mal vocês devem agir como uma espécie de fiscais dentro de suas próprias casas, não deixando nenhum depósito de água sem proteção", informou o supervisor dos agentes de endemias, José Magnone Santos, que proferiu a palestra para os estudantes.