No mês de dezembro, o Conselho Nacional de Cineclubes (CNC) realizou no Recife (PE) a 28ª Jornada Nacional de Cineclubes com o objetivo de comemorar a consolidação da rearticulação do movimento cineclubista brasileiro. No encerramento dos debates, em Assembléia Geral, o Cineclube do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira, Aracaju (SE) | Programa Olhar Brasil foi eleito o novo diretor regional do CNC no Nordeste.
Com inúmeras atividades voltadas ao fortalecimento do audiovisual, o NPD Aracaju, ao longo de seus quatro anos de existência, vem atuando na capacitação/formação técnica, através de cursos e oficinas. Como também, investe na formação do olhar crítico através de sessões do Cine Orlando Vieira para alunos e demais interessados. Em 2010, o NPD apoiou a criação do Cineclube do Instituto de Estudos e Produção Audiovisual de Sergipe, o Cine Kipá, e o abrigou em sua sede.
Além disso, o núcleo realizou uma série de ações para pensar o audiovisual. Em 2009, promoveu uma Conferência Livre do Audiovisual. Neste ano, organizou discussões cineclubistas, convidando representantes locais e de outros Estados a trocar experiências, discutir possibilidades, otimizar ações. Também esteve à frente dos debates que permitiram a formatação de um circuito de exibição não comercial, o Cine Circuito Livre, reunindo atualmente 10 cineclubes de Sergipe.
Resultante desse processo, o NPD integrou a implantação do Fórum Permanente do Audiovisual em Sergipe, oficializado no dia 29 de novembro de 2010, através da leitura pública de uma carta na Rua da Cultura. Por sua intensa atuação de fomento na cena audiovisual, o NPD Orlando Vieira, da Funcaju | Prefeitura de Aracaju, adquiriu respaldo para assumir a nova diretoria regional Nordeste do Conselho Nacional de Cineclubes.
O Conselho
O Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros (CNC) é hoje uma das maiores e mais respeitadas entidades do audiovisual. Conta com mais de 500 cineclubes filiados nos 27 estados brasileiros e ocupa espaços de destaque quer junto a organismos governamentais, quer junto a diversas entidades nacionais da sociedade civil, como é o caso, por exemplo, do Conselho Brasileiro de Cinema (CBC) e do Centro Brasileiro Pela Diversidade Cultural (CBDC).
A coordenadora do NPD, Graziele Ferreira, não esconde o orgulho. "Este é um momento especial para o movimento cineclubista sergipano. Assumir a direção da Regional Nordeste traz visibilidade para o nosso Estado e ao mesmo tempo nos impõe maiores responsabilidades quanto ao desenvolvimento desse setor da cadeia cultural do audiovisual. Sergipe quer e pode contribuir muito nessa nova gestão do Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros", declarou.
A jornada
O evento contou com a participação de 239 cineclubes em atividade em 26 estados e dos representantes das principais entidades governamentais e não governamentais do setor audiovisual, e ainda, de cineclubistas de 31 países dos cinco continentes que vieram ao Brasil para participar da 3ª Conferência Mundial de Cineclubismo e da Assembléia Geral da FICC - Federação Internacional de Cineclubes, realizadas paralelamente à Jornada.
Segundo o novo presidente do CNC, Luiz Alberto Cassol, a nova diretoria deve dar continuidade, aprofundar e fortalecer ainda mais as ações que vêm sendo desenvolvidas pelas sucessivas diretorias que comandaram o CNC nos últimos sete anos. "Para além das metas de reorganização do movimento e reocupação dos espaços institucionais almejados, inicialmente, resultaram na transformação do CNC numa das maiores e mais importantes entidades do audiovisual brasileiro na atualidade", declarou.
A vice-presidente do CNC, Saskia Sá, destacou como metas da nova diretoria a continuidade e consolidação dos principais projetos que vêm sendo desenvolvidos pelo CNC. "Daremos prioridade absoluta à realização de Seminários Estadual e Nacional sobre a questão do Cinema e do Cineclubismo na consolidação das entidades cineclubistas estaduais já existentes e a criação de novas entidades nos estados onde ainda não existem, já que entendemos que este é o melhor caminho para a democratização e horizontalização cada vez maior do movimento e do próprio CNC", disse.
Os cineclubistas que participaram da 28ª Jornada aprovaram, entre outras propostas, o apoio às mudanças na atual Lei do Direito Autoral, visando o fortalecimento dos direitos do público; às políticas públicas voltadas à federalização das ações do Minc; à continuidade das lutas pelo aumento da cota de tela nos cinemas brasileiros e pela criação de cotas para a produção independente em todas as janelas e plataformas.
