Orla Por do Sol oferece espaço verde de lazer

Infraestrutura
26/01/2011 08h48

A Orla Por do Sol, o mais novo cartão postal da capital sergipana, foi construída a partir de um projeto inovador. Além de equipamentos urbanísticos de lazer, como parque infantil, a nova orla da cidade foi criada para ser um espaço que alia acessibilidade, contemplação e preservação ambiental. Para iniciar a execução do projeto, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), realizou uma pesquisa das condições geológicas do terreno, das necessidades da população ribeirinha e dos impactos sociais da obra para expansão da fronteira turística do município.

Antes de iniciar a obra, que faz parte do projeto de reestruturação do povoado Mosqueiro no litoral sul da capital, os técnicos da Emurb realizaram uma avaliação completa das intervenções necessárias para a melhoria da qualidade de vida daquela população. No diagnóstico, ficou constatada a necessidade de melhorias na infraestrutura da vias, a proteção da cabeceira do rio contra o assoreamento e a revitalização da vegetação existente na área.

Estudo prévio

Com base nesse estudo preliminar, o projeto da Orla Por do Sol foi elaborado em consonância à construção do anel viário do Mosqueiro. Em diversas reuniões realizadas com moradores do local também foram acrescentados elementos que hoje compõem o novo cartão postal da cidade, como a recuperação do antigo atracadouro.

Por ser uma orla, o seu conceito passa pela busca de um espaço limpo que propicie a contemplação. "Uma orla é um espaço arborizado para contemplação de uma paisagem que, no caso do nosso projeto, é o rio e o por do sol. Por esse motivo não preenchemos a área com quiosques, já que edificações desse tipo prejudicam a visibilidade da paisagem", destaca a arquiteta Angélica Rocha, autora do projeto da Orla Por do Sol.

Preocupação ambiental

A arquiteta, que foi condecorada no ano passado com uma moção de aplausos na Câmara Municipal de Aracaju pelos projetos inovadores implantados na capital, também acrescenta que o grande desafio da obra foi unir, em um mesmo projeto para uma faixa de terra estreita, elementos urbanísticos de acessibilidade, contemplação, sustentabilidade, preservação da cabeceira do rio e sistema de drenagem.

"Na realidade, da área existente, que é de 12 metros de faixa de terra, apenas 30% foram pavimentados, e isso porque trabalhamos com um contexto amplo que englobava a necessidade de proteção da cabeceira do rio, onde implantamos um talude com grama, e de implantação de um sistema de drenagem eficiente que evitasse, ao mesmo tempo, a formação de áreas de alagamento e o desmoronamento pela erosão do terreno", ressalta.

Arborização

Além de preservação da única árvore existente no local, foram plantadas 58 espécies, entre elas Ipê roxo, Ipê amarelo, Nim e coqueiros. Para a árvore que já existia na área, técnicos da Emurb, em parceria com biólogos da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), elaboraram uma estrutura de proteção do tronco.

"Além dos riscos de não adaptação das espécies, a transplantação de árvores frondosas exigiria uma vala de no mínimo seis metros de diâmetro para cada unidade, um espaço do qual não dispúnhamos no projeto. Por isso, optamos pelos coqueiros e pelo plantio de mudas de plantas como os ipês, símbolos do país. Assim nós arborizamos uma área que não possuía vegetação", afirma a arquiteta.

Inovação

Por possuir uma faixa de terra restrita, a opção adotada no projeto foi ousada: construir uma nova faixa de acesso com cerca de 285 metros de extensão, praticamente do mesmo cumprimento total da orla. A nova passarela foi erguida em uma estrutura de madeira rústica, tendência adotada nacionalmente na arquitetura de espaços litorâneos.

"A passarela foi um solo criado para uso da população, que possui mais uma opção de contemplação em um nível mais próximo ao rio. De forma geral, atendemos as demandas da população ribeirinha, garantimos a preservação do meio ambiente, revitalizando a vegetação da área, arborizamos o cartão postal e proporcionamos a quem vive naquela região e para os aracajuanos e turistas um espaço para contemplação do melhor por do sol de Sergipe", conclui Angélica Rocha.