Simulação sobre hanseníase surpreende usuários da USF Augusto César Leite

Saúde
26/01/2011 14h33

Os agentes comunitários de saúde da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) encontraram uma forma criativa de chamar a atenção da população para a hanseníase. Na manhã desta quarta-feira, 26, na Unidade de Saúde da Família (USF) Augusto César Leite, localizada no conjunto Santa Tereza, foi apresentada uma peça teatral que surpreendeu os usuários do SUS que estavam no local.

A gerente da unidade, Lucília Novais de Melo, solicitou aos médicos que começassem o atendimento um pouco mais tarde que o habitual. O objetivo era concentrar uma boa quantidade de pessoas no hall de espera para que elas assistissem a uma apresentação teatral sobre a doença.

"O detalhe é que as pessoas não sabiam se tratar de uma simulação. Um agente de saúde se passou por um usuário com uma mancha na pele. Outros atores simularam preconceito, medo do paciente e conseguiram chamar a atenção das pessoas para o problema", explicou Lucília.

Outro objetivo da peça foi criar uma rede de multiplicadores no combate e prevenção á doença, que tem cura. A gerente da unidade mobilizou a associação de moradores, grupo de idosos, líderes religiosos, lideranças comunitárias, membros do conselho local de saúde e comunidade em geral para somar esforços contra a doença e obter resultados positivos.

"A princípio as pessoas ficaram um pouco assustadas, não sabiam como reagir, um ator chamando o outro de ‘leproso', mas nosso objetivo era envolver nossos usuários para que eles conhecessem melhor a doença e também acabar com o preconceito", afirmou a gerente.

O Dr. Edney Vander, que ajudou a criar o clima de suspense, depois esclareceu os usuários sobre a brincadeira. "Infelizmente o primeiro impacto ao descobrir que alguém tem hanseníase é o preconceito, mas a doença tem cura. Queremos que as pessoas saibam o que é a hanseníase e que venham à unidade para se consultar. O importante é procurar sua unidade de saúde imediatamente", disse o médico que, em um bate papo informal, deu uma breve aula sobre a doença.

Hanseníase

O Ministério da Saúde divulgou nessa terça-feira um balanço inédito que aponta uma redução de 27,5% no total de casos novos de hanseníase entre 2003 e 2009. O número passou de 51.941 para 37.610. No mesmo período, a oferta de atendimentos a pacientes em tratamento de hanseníase aumentou em 45,9%.

Os principais sintomas e sinais da hanseníase são: manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo; áreas da pele que não coçam, mas formigam e ficam dormentes; diminuição ou ausência de dor e da sensibilidade ao calor, ao frio e ao toque.

A hanseníase é uma doença infecciosa e atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e varia de dois a cinco anos. É importante que, ao perceber algum sinal, a pessoa com suspeita da doença não se automedique e procure imediatamente o serviço de saúde mais próximo.

Todos os casos de hanseníase têm tratamento e cura. A doença pode causar deformidades físicas, evitadas com o diagnóstico precoce e o tratamento imediato, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento pode durar de seis a 12 meses, se seguido corretamente.