O bairro Santa Maria é um dos locais mais endêmicos da cidade devido a falta de saneamento básico. Por isso, desde o ano passado, o Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura de Aracaju realiza o tratamento das pessoas com esquistossomose. Em uma das unidades do bairro, a USF Celso Daniel, foram realizados 7.277 exames e detectadas 465 pessoas contaminadas.
De acordo com coordenador do CCZ, Paulo Tiago, o tratamento modificou bastante. "Antes era feito o inquérito e entregue os resultados nas casas das pessoas. Então, todo mundo corria para as unidades de saúde que ficavam superlotadas. Hoje em dia nós passamos os exames direto para as unidades e elas marcam um dia para fazer o tratamento", declara. Nesta sexta-feira, 28, às 8h, a USF Celso Daniel estará aberta para tratar dos casos de esquistossomose.
Os sintomas mais recorrentes da doença são reação na pele com coceira e vermelhidão, enjoo, crescimento do abdômen e sensação de estômago cheio. A cercaria, parasita que se aloja no caramujo e transmite a esquistossomose, atinge o fígado causando obstrução, o que pode levar a maiores complicações, como o óbito. É importante lembrar que não são todos os caramujos que transmitem a doença, pois nem todos possuem a larva.
Contaminação
Para não haver a contaminação é importante que a população evite contato com águas paradas, comunique à unidade de saúde em quais locais foram encontrados caramujos e evite águas fluviais, principalmente em épocas de chuva. É preciso conscientizar os portadores da doença que o principal hospedeiro do parasita é o homem, sendo a partir dos seus excretas (fezes e urinas) que os ovos são disseminados. Assim, as necessidades fisiológicas não podem ser feitas em qualquer lugar, pois elas podem proliferar as larvas, contaminando mais pessoas.
Para controlar a disseminação dos caramujos, o CCZ realiza o mapeamento dos locais contaminados e a remoção ou aplicação de inseticida para matar os moluscos. Logo após é feito exames e o tratamento da população. "Fazemos também campanhas de educação em saúde junto à Igreja, escolas e até as próprias unidades para esclarecer a população", declara Paulo Tiago.
Com esse mutirão de tratamento promovido pelo CCZ, 700 pessoas já foram curadas desde o ano passado. É importante lembrar que o procedimento precisa de acompanhamento médico e não deve ser feito em casa. É conciliando educação e tratamento que será possível modificar a situação do bairro Santa Maria, em Aracaju. Mais informações, no Centro de Controle de Zooneses: (79) 3259-2823.