O reajuste da tarifa do transporte coletivo de Aracaju é o menor de todo o nordeste e um dos menores do país. O percentual aprovado pelo município, de 7,14%, representou menos da metade da proposta do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setransp) - 16,67%. Com isso, o valor passou de R$ 2,10 para R$ 2,25, enquanto o empresariado pleiteava R$ 2,45.
Nas outras capitais nordestinas o reajuste médio chegou a 9%. Em Salvador o aumento da passagem de ônibus foi de 8,6%; Recife (8,66%); João Pessoa (10,5%); Natal (10%). "Nunca concedi um reajuste baseado na proposta empresarial, o que reforça que meu relógio não funciona pelo relógio dos empresários do transporte coletivo", disse o prefeito Edvaldo Nogueira.
Segundo Edvaldo, a prefeitura tem consciência de que é preciso reajustar a tarifa, em função dos insumos que aumentam os custos do setor. No último ano, os gastos com insumos (pneus, combustível, peças, manutenção e pagamento de pessoal, por exemplo), subiram acima da inflação. "Mesmo assim, tivemos o menor reajuste de todo o nordeste e um dos menores do Brasil", lembrou.
De acordo com o prefeito, outro fator que deve ser levado em consideração é a renovação da frota em quase 50% (desde 2007passaram a circular nas ruas da cidade 180 novos ônibus) e o fato de as empresas do setor custearem 60% das tarifas, por conta dos vale-transportes e da meia-passagem para estudantes. "Esses aspectos também precisam ser levados em conta, mas sem deixar de lado o impacto social, o que fez com que a passagem de Aracaju fosse uma das menores do país", ressaltou.
Ao analisar a planilha de custos apresentada pelo Setransp e a planilha aprovada pela Câmara Municipal de Vereadores, que define critérios e orienta o cálculo do reajuste tarifário, o Conselho de Administração da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) concluiu que o aumento necessário para compensar a majoração dos custos era menor que o solicitado pelos empresários, de 16,67%.
Além dos aspectos técnicos, o Conselho levou em consideração também, por determinação do prefeito Edvaldo Nogueira, o impacto social do reajuste. "O aumento, inclusive, foi menor do que o concedido no ano passado. O prefeito orientou que o percentual fosse o mais baixo possível, somente para compensar o incremento dos custos e não inviabilizar o serviço", destacou o secretário municipal de Governo e presidente do Conselho Administrativo da SMTT, Lucas Fialho.
Ainda segundo Lucas Fialho, toda a análise seguiu as orientações técnicas e legais constantes na lei municipal que rege o reajuste da tarifa de ônibus. É a legislação que detalha como a planilha de custos deve ser elaborada e revisada. A nova passagem de ônibus da capital e região metropoliana começou a vigorar nesse domingo, 30.
O valor passou de R$ 2,10 para R$ 2,25, o que representa um reajuste de 7,14%. O percentual de aumento, definido após estudos realizados pela equipe técnica do município, foi homologado na manhã da última sexta-feira, 28, pelo Conselho de Administração da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito.
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O superintendente da SMTT, Osvaldo Nascimento, informou que os passes escolares e vales transportes adquiridos com o valor antigo poderão ser utilizados até seu esgotamento. "Não há prazo para sua utilização para que ninguém seja prejudicado", afirmou.
Durante a reunião para homologação do reajuste, Osvaldo anunciou ainda que a Prefeitura de Aracaju dará continuidade ao processo de melhoria do serviço de transporte público. "Uma das providências adotadas ainda neste semestre é a criação de corredores especiais de ônibus, para facilitar a fluidez e reduzir o tempo de viagem", antecipou.