ADHONS realiza a primeira etapa do Projeto 'Educando para a Diversidade'

Família e Assistência Social
16/03/2011 18h36
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Pensando na implementação de uma política de igualdade e legitimação de grupos formados por Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT's), a Associação de Defesa ao Homossexual de Sergipe (ADHONS), em parceria com a Secretaria Municipal da Assistência Social e Cidadania (Semasc), e com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), realizou nesta quarta, 16, a abertura oficial do Projeto ‘Educando para a Diversidade', financiado pela Petrobrás/FIA. O evento aconteceu no Espaço Permanente de Capacitação dos Trabalhadores da Assistência Social, localizado na Estação Cidadania, Centro.

Durante o período de realização do projeto, serão desenvolvidas atividades educativas, como seminários, oficinas e palestras. Os 25 adolescentes selecionados vão atuar em cinco escolas públicas objetivando a formação de mais 100 multiplicadores em cada unidade escolar, na luta contra o preconceito frente às comunidades de LGBT's. Os 25 adolescentes vão receber uma Bolsa Auxílio na quantia de R$ 100 durante os dez meses de atuação do projeto.

O Projeto ‘Educando para a Diversidade' conta com a participação de 12 alunos integrantes de Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e 13 da ADHONS, com idades entre 12 e 18 anos, somados a uma equipe técnica composta por um assistente social na condição de coordenadora geral, uma pedagoga, uma jornalista, dois educadores sociais e um agente administrativo.

De acordo com o presidente da ADHONS, Marcelo Lima, o primeiro contato serviu para aproximar os jovens e mostrar que não há diferença entre as pessoas. "Nesse primeiro encontro quisemos mostrar que todos nós somos iguais, independente da orientação sexual. Que todos os jovens e o ser humano se forme no sentido da inclusão social, e é esse o nosso papel. E a ADHONS com o grande sonho e a grande vontade de construir uma sociedade mais justa e igualitária, criou o projeto Educando para a Diversidade", explicou.

"O Projeto está dando tão certo que às vezes me belisco e me pergunto se não estou sonhando, porque quando se fala em jovem LGBT, parece que a sociedade acha que todos os jovens são assexuados e aí a ADHONS fez com que as autoridades enxergassem que existe o jovem gay e que eles estão na escola, nas famílias e isso é um grande avanço", completou o presidente. 

Comunidade 

A coordenadora geral do Projeto, Débora Bispo, afirmou que o trabalho vai ser realizado junto a toda a comunidade escolar. "Nas oficinas de cidadania vamos trabalhar com o tema Direitos Humanos na percepção de problemas de grupos que são excluídos. E no caso da ADHONS há todo o trabalho de enfrentamento da homofobia no âmbito de cinco escolas públicas municipais, um trabalho que será realizado junto com professores e a comunidade escolar", explicitou a coordenadora.

"Os jovens selecionados vão participar de uma capacitação de 20h, a qual será abordada a questão da identidade, gênero, diversidade sexual, os direitos humanos com os recortes para o LGBT. Depois vamos partir para as escolas onde vamos ter cinco encontros chamados de ‘Encontros da Diversidade', para trabalhar com 500 alunos, e professores, o que também nos possibilitará criar um núcleo de combate à homofobia que faz o resgate dos grêmios", concluiu Débora. 

Para o adolescente do Cras Santa Maria, João Antônio, o primeiro encontrou rompeu tabus.  "Esse é um momento de descontração em que eu já quebrei vários tabus. Primeiro porque éramos 12 do Cras somados a 13 da ADHONS, mas agora percebi que estamos todos juntos num grande grupo mesclado por gays, heterossexuais e lésbicas", afirmou.

O jovem Thiago Dantas faz parte da ADHONS e do grupo de multiplicadores do Projeto Educando para a Diversidade. Para ele, o ideal de igualdade vai se tornar mais sólido depois dessa primeira interação. "Depois desse evento a igualdade com que tratava os outros vai se tornar mais sólida independente de essa pessoa ser gay, lésbica, ou bissexual. Nosso desafio é fazer com que a sociedade enxergue essas pessoas como seus semelhantes", disse.

A jovem Leylane de Melo, do Cras Fernando Melo, já aguarda esperançosa pelos resultados do Projeto. "Espero que as pessoas, depois de valioso projeto, abram suas mentes para aceitar as diferenças e que eliminem os preconceitos", contou animada.