Demonstração de respeito e espírito de coletividade marcaram a segunda etapa do Projeto ‘Educando para a Diversidade', desenvolvido pela Associação de Defesa ao Homossexual de Sergipe (ADHONS), em parceria com a Secretaria Municipal da Assistência Social e Cidadania (Semasc) e com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). O evento aconteceu nessa quinta-feira, 31, no Espaço Permanente de Capacitação dos Trabalhadores da Assistência Social, localizado na Estação Cidadania, Centro.
O projeto, que tem o patronício da Petrobras, promove atividades educativas, como seminários, oficinas e palestras, com o objetivo de reforçar a luta contra o preconceito que atinge a comunidade LGBT. Ao todo, 25 adolescentes foram selecionados e estão sendo capacitados para atuar em cinco escolas públicas. O resultado será a formação de mais 100 multiplicadores em cada unidade escolar.
O ‘Educando para a Diversidade' conta com a participação de 12 alunos integrantes de Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e 13 da ADHONS, com idades entre 12 e 18 anos. Também atua no projeto uma equipe técnica composta por uma coordenadora geral, uma pedagoga, uma jornalista, dois educadores sociais e um agente administrativo. Os 25 adolescentes recebem uma Bolsa Auxílio no valor de R$ 100 durante os dez meses de duração do projeto.
Encontro
O educador social Marcos Antônio Cruz contou que esse segundo encontro teve como tema central 'Direitos Humanos e a Cidadania'. "Esse foi o 2° encontro da formação de multiplicadores, que foi organizada em dois módulos. O primeiro foi voltado para gênero e sexualidade, e naquela ocasião trabalhamos com a construção das relações sociais. Nesse segundo módulo estamos tratando de Direitos Humanos e Cidadania para que a comunidade LGBT tenha, pelas vias de acesso legais, os seus direitos assegurados", explicou.
A coordenadora geral do projeto, Débora Bispo, disse que uma das propostas do encontro foi suscitar a cultura da paz. "Hoje trabalhamos com educação popular e a construção coletiva. Os jovens colocaram quais as formas de violação dos direitos humanos contra as mulheres, os negros, e os que fazem parte da comunidade LGBT. Além disso, tratamos dos mecanismos de combate à homofobia, inclusive na escola. Nessa dinâmica eles construíram propostas para criar uma cultura de igualdade e paz", afirmou.
União
A estudante Alessandra Ambrósio, de 18 anos, é transexual. Há dois anos atua na militância homossexual e luta pelos seus direitos e em prol da comunidade LGBT. Ela elogiou a ADHONS pela iniciativa de unir jovens LGBT's a heterossexuais para lutar contra o preconceito. "Acho que a ADHONS acertou em cheio quando decidiu misturar, através do Projeto ‘Educando para a Diversidade', a comunidade LGBT com a comunidade heterossexual, porque assim podemos mostrar para a sociedade que as diferenças existem e que elas podem conviver sem conflitos", disse.
O presidente da ADHONS, Marcelo Lima, afirmou estar satisfeito com os rumos do projeto. "Minhas expectativas são as melhores possíveis. Estou acompanhando o desempenho dos profissionais, que estão bem empenhados, assim como os jovens também. Para mim já deu certo, mas ainda quero mais que 100%, quero 200%. Vamos trabalhar para ter a certeza que eles vão sair daqui realmente capacitados", revelou.