A Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) continua somando forças com a população para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Com o surto da dengue se alastrando em outros estados do país por conta, principalmente, do período chuvoso aliado ao calor intenso, os trabalhos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) foram intensificados.
Durante os primeiros três meses deste ano, a SMS identificou 379 casos notificados e 55 confirmados. De acordo com a coordenadora do Programa Municipal de Combate à Dengue, Taíse Cavalcante, os números mostram que a doença está sob controle na capital, levando em conta os dados dos últimos 10 anos e considerando que este período é considerado endêmico para a dengue. Atualmente o índice de infestação em Aracaju é de 1,6%, considerado de médio risco.
"A incidência de casos novos é medida pelo número total de casos dividido pela população atual da cidade e multiplicado por 100 mil habitantes. Vejamos: 379 / 579.937 (n° habitantes - IBGE) x 100.000 = 63,38. Essa fórmula matemática mostra que a incidência de Aracaju está baixa, já que o Ministério da Saúde considera a incidência alta quando o índice alcança a marca de 301 por 100 mil habitantes", completa.
Outro dado que reforça que Aracaju não está em um momento alarmante foi apurado pelo último Levantamento do Índice Rápido do Aedes (LIRA), que tem como objetivo diagnosticar a infestação do Aedes em cada bairro para planejar as ações de campo direcionadas aos problemas identificados. Nesse levantamento foi constatado que o índice para o mesmo período foi o menor dos últimos 4 anos.
A pesquisa foi realizada de 28 de fevereiro a 4 março de 2011. "Em 2008 o LIRA indicava um índice de 4,8; em 2009 - 2,6; 2010 - 2,7; e atualmente o índice é de 1,6, considerado de médio risco. Isso significa que estamos conseguindo fazer o bloqueio e contornando a situação", afirma Taíse.
Dificuldades
Segundo a secretaria, os principais problemas no combate à dengue estão relacionados à postura de uma parte da população. Apesar de todo o trabalho educativo, muitos ainda jogam lixo na rua e não seguem as orientações de cuidados. Para isso, é desenvolvido um trabalho de parceria com os agentes de endemias, Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) e Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb).
"O primeiro maior problema, com aumento de 69,2%, foi identificado nos locais de armazenamento de água, como lavanderias, caixas d'água e tonéis, onde a manutenção correta não é feita pela maioria dos moradores. O segundo, com 29,2%, em depósitos familiares como vasos de plantas, ralos, lajes, sanitário em desuso. Já os focos de lixo tiveram uma queda de 45% em relação a janeiro do ano passado", explica.
Bairros
O Lira identificou ainda que, atualmente, 10 bairros da capital foram classificados como de baixo risco, 28 bairros como de médio risco e apenas um bairro como de alto risco. O maior índice foi encontrado no bairro Santa Maria, na área dos Conjuntos Padre Pedro e Valadares, atingindo o índice de 4% de infestação. "Esse é mais um número que conseguimos diminuir. No mesmo período em 2010 foram sete bairros classificados como alto risco; hoje, apenas um", conclui Taíse.
Ações
A Prefeitura de Aracaju continua desenvolvendo uma série de ações para manter a dengue sob controle. Diariamente os agentes de endemias visitam as residências em busca de focos e para orientar os moradores. A PMA também realiza todos os dias o recolhimento de pneus velhos em vários pontos da cidade. Toda semana são realizadas forças-tarefas de combate à doença que contam com a ação de agentes de endemias e agentes de limpeza fazendo o ‘Bota-Fora', para garantir a eliminação de possíveis focos da dengue. Sem falar nas ações educativas realizadas em todos os pontos da capital.