SMS participa de encontro com Cidadãs Posithivas

Saúde
14/04/2011 10h51
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Diversos fatores contribuem para a vulnerabilidade das mulheres ao vírus HIV; um deles é a dificuldade em negociar o uso do preservativo com seus parceiros. Para refletir sobre estratégias de cuidado voltadas para o público feminino, 56 mulheres soropositivas dos estados de Sergipe, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas, Pernambuco, Maranhão e Bahia se reuniram no II Encontro Regional do Movimento Nacional Cidadãs Posithivas (MNCP).

O coordenador do Programa Municipal de DST/Aids e Hepatite Virais da Prefeitura de Aracaju, Andrey Lemos, destacou o papel da mulher na sociedade. "Apesar da mulher estar ocupando diversos espaços na sociedade, ela ainda tem dificuldade de exigir do seu parceiro o uso do preservativo. Nesse aspecto, temos que fortalecer a idéia de que elas são as multiplicadoras dessa causa", disse.

A abertura do encontro aconteceu na manhã da última quarta-feira no auditório do Hotel Mercure e foi realizado em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS). No evento foram discutidos assuntos relacionados exclusivamente ao universo das mulheres que vivem com o HIV. Questões como violência doméstica, vulnerabilidade, preconceito, direito a maternidade e o tratamento realizado pelas portadoras, foram as principais temáticas discutidas.

A coordenadora do Programa Municipal de Saúde da Mulher, Ana Carolina Miranda, proferiu uma palestra falando sobre a vulnerabilidade da mulher com relação à doença. "As mulheres soropositivas são vítimas principalmente de violência, relações de gênero, preconceito e racismo", ressalta a coordenadora.

Para o coordenador do programa estadual de DST/Aids, Dr. Almir Santana, esse movimento nacional é de extrema importância para alertar a sociedade sobre a prevenção da doença. "Cerca de 800 mulheres são soropositivas em Sergipe. A cada ano a Aids está sendo ainda mais inserida no cotidiano das pessoas. Infelizmente elas têm relaxado quando o assunto é prevenção", alertou Santana.

Alerta

A maioria das mulheres que participaram do encontro, contraiu o HIV de seus maridos ou de parceiros fixos. Esse foi o caso da estudante, Rosilene Vieira, que contraiu o vírus há 11 anos.  Ela descobriu que era portadora do vírus antes mesmo de seu marido descobrir. "Contraí a doença através de meu marido, com quem vivo até hoje. Aprendi a viver depois da doença", relata a estudante.

De acordo com o secretário municipal da Saúde, Silvio Santos, uma das principais características do encontro foi a troca de experiências, pois cada portadora tem a oportunidade de contar suas histórias. "Essa é uma forma de fortalecer ainda mais a luta dessas mulheres. Neste ato, elas são as protagonistas. Aqui elas aprendem a melhorar a autoestima e a acabar com o preconceito",  afirma Silvio Santos.