Prefeitura inicia desocupação das margens do canal Santa Maria

Família e Assistência Social
02/05/2011 16h17
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A Prefeitura de Aracaju iniciou na manhã desta segunda-feira, 2, a operação de desocupação das margens do canal Santa Maria, tomadas por várias invasões que ali se instalaram ao longo dos anos. A medida preventiva, que visa retirar famílias de áreas sem condições de habitabilidade e alojá-las em abrigos ou em casas de familiares e de aluguel, foi iniciada pela invasão do Quirino, onde chegaram a residir 91 famílias.

A operação foi comandada pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) e teve início às 7 horas, reunindo no local uma força-tarefa formada por equipes da Defesa Civil Municipal, Emurb, Emsurb, SMTT, Guarda Municipal, Samu e Polícia Militar (Radiopatrulha). As primeiras ações na invasão foram realizadas pela equipe de assistentes sociais da Semasc, que conferiu entre os moradores aqueles que estavam cadastrados no programa habitacional da Prefeitura de Aracaju e, consequentemente, teriam direito ao auxílio-moradia.

Aqueles que não estavam cadastrados foram encaminhados a um abrigo. "Ninguém ficará desamparado. Não podíamos deixar as pessoas vivendo em condições tão indignas e em total insegurança. A nossa política é retirar as famílias dessas áreas, dar a elas o auxílio-moradia e acabar com as invasões", disse o secretário de Assistência Social de Aracaju, Bosco Rolemberg.

Cerca de 50 barracos foram derrubados na invasão do Quirino na manhã desta segunda-feira. Outros 41 haviam sido destruídos imediatamente após as famílias terem sido retiradas da invasão há cerca de quatro meses, por medida de segurança contra inundações. Dos 50 barracos que ainda estavam de pé, apenas 12 eram ocupados. Isso porque os demais moradores já estão amparadas pelo auxílio-moradia, residindo em casas alugadas pelo município.

Área insalubre

Toda a operação transcorreu sem tumultos ou transtornos. Os moradores não esboçaram qualquer reação, até porque a grande maioria deles aprovou a medida  e, além disso, todos estavam avisados sobre a desocupação da área. Para o jardineiro Ronaldo Monteiro da Silva, 28 anos de idade e há um ano e meio morando com mulher e dois filhos no Quirino, a iniciativa da prefeitura é boa. "Morava nessa invasão porque não tinha opção, mas a área aqui é muito insalubre e uma constante ameaça para a saúde de todos nós", declarou o jardineiro. 

Segundo o coordenador da Defesa Civil Municipal, Nicanor Moura Neto, os riscos eram iminentes. "Todas essas invasões são, na verdade, um problema social, mas também uma questão de saúde pública, bem como ambiental. Acabar com essas desocupações à beira do canal é fundamental, assim como também é importante que a área seja monitorada para evitar novas ocupações", enfatizou.

Operação

A Emurb foi responsável pela derrubada dos barracos. Sob as ordens do auxiliar de serviços gerais Adielson Alves dos Santos, a equipe demoliu barracos e recolheu os entulhos, utilizando retroescavadeiras e caçambas. Já à Emsurb coube transportar os móveis dos moradores e recolher todo o material gerado pela desocupação, segundo informou Everaldo Santos Ferreira, que comandou no local o trabalho de 36 agentes.

A Guarda Municipal de Aracaju (GMA) acompanhou todo o desenrolar da desocupação de longe. Embora um grupamento de 40 guardas estivesse presente ao local, não houve necessidade de interferência. "Viemos garantir a segurança das pessoas, mas vemos que tudo transcorre sem nenhum transtorno ou qualquer tipo de agressão", disse o chefe da GMA, major Edenisson Paixão.

Uma equipe da Radiopatrulha da Polícia Militar participou da operação, mas não foi necessário acioná-la em momento algum. A SMTT ordenou o tráfego de veículos na área, enquanto uma equipe do SAMU 192 acompanhou tudo, sem o registro de ocorrências.

Prainha

Ao sair da extinta invasão do Quirino por volta das 11h30, o secretário Bosco Rolemberg foi à invasão da Prainha, onde barracos haviam sido invadidos pela chuva no final de semana. O secretário se reuniu com os desabrigados que haviam invadido a sede de um centro social e se comprometeu em lhes enviar alimentos e colchões.  Eles ficarão alojados no centro enquanto Bosco Rolemberg avalia com a Defesa Civil Municipal a possibilidade de incluí-los no programa de auxílio-moradia.