Presença ativa, inovadora e resolutiva. Estes atributos definem bem o trabalho desenvolvido pela Prefeitura de Aracaju junto às famílias do bairro Santa Maria que, em tempos de chuva, viviam sob a constante ameaça de transbordamento do canal que corta a região. Foram dois meses de ação intensa que resultaram na remoção de 1.005 famílias das áreas de risco e envolveram órgãos como a Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), Emurb, Emsurb, Defesa Civil, Guarda Municipal, Samu, SMTT e Polícia Militar.
A operação, que salvou as famílias de terem mais uma vez suas casas invadidas pelas águas sujas do canal, exigiu coragem e determinação do prefeito Edvaldo Nogueira. Coragem, porque a decisão de retirar as famílias das áreas de risco iria mexer numa ferida social crônica, de consequências imprevisíveis e, talvez por isso, nunca antes tentada. Determinação, porque a sustentabilidade da ação iria depender, principalmente, da disponibilidade de recursos próprios para investir no bem-estar e na segurança das famílias, com a concessão do auxílio-moradia.
O projeto de desocupação das margens do canal Santa Maria legou à administração pública a inovação proposta no antigo ditado popular que diz que "é melhor prevenir do que remediar". Assim fez a Prefeitura de Aracaju: antecipou-se às tragédias, evitando-as. "Se nós não tivéssemos retirado todas essas famílias da margem do canal, que tipo de tragédia estaríamos enfrentando após toda a chuva que caiu em Aracaju entre segunda e terça-feira desta semana", observa o secretário municipal de Assistência Social e Cidadania, Bosco Rolemberg.
A desocupação da margem do canal teve início no dia 2 de maio, embora desde meados de abril a Secretaria Municipal de Assistência Social viesse retirando das invasões do Arrozal, Quirino e Água Fina as famílias que estavam mais expostas aos riscos de inundações. "A experiência do dia 17 de abril, quando vi as águas invadirem os barracos no Arrozal, me deixou convencido de que a coisa certa a fazer era retirar todas famílias daquela situação degradante", declarou Bosco Rolemberg.
Somente às famílias removidas das margens do canal Santa Maria, a Prefeitura de Aracaju já concedeu 530 auxílios moradia e distribuiu 108 cestas básicas, 111 colchões e 87 cobertores.
Quirino
A desocupação das áreas de risco começou pela invasão do Quirino. No dia 2 de maio, uma equipe formada por mais de 100 profissionais, entre assistentes sociais, educadores sociais, psicólogos, guardas municipais, agentes de trânsito, policiais militares e servidores da Emurb, Emsurb, Samu e Defesa Civil, trabalhou na remoção das famílias, na mudança dos móveis e na derrubada dos barracos.
Na operação, foram desativados 50 barracos e outros 53 já haviam sido retirados anteriormente. A Invasão do Quirino chegou a abrigar 103 famílias, que atualmente moram em casas de aluguel pagas pela prefeitura com recursos próprios. O valor do benefício é de até R$ 300.
Prainha
A invasão da Prainha foi a próxima a ser extinta. No último dia 3, a mesma equipe de profissionais realizou a desocupação da área, onde havia 38 barracos. Todas as famílias tinham cadastro na Semasc, de modo que foram beneficiadas com o auxílio-moradia, 69 cestas básicas, 61 colchões e 49 cobertores. Todos os barracos foram demolidos.
Arrozal
A invasão do Arrozal foi desocupada em três etapas, devido à sua dimensão. A primeira ocorreu ainda no mês de abril. A total desativação do Arrozal aconteceu no último dia 16, deixando um saldo de 264 famílias removidas e 227 beneficiadas com o auxílio moradia.
Marivan
A ocupação irregular que se formou no entorno do loteamento Marivan também já não existe mais. Ali habitavam 300 famílias, todas removidas para casas de parentes e amigos, com exceção de quatro delas, que foram para um abrigo municipal. As 62 famílias cadastradas na Semasc foram contempladas com o auxílio-moradia.
Água Fina
A desocupação total das margens do canal Santa Maria chegou ao fim nesta quarta-feira, 25, com a desativação da invasão da Água Fina. Dali, foram removidas 300 famílias, sendo que 100 delas receberam o auxílio-moradia. Quarenta foram para abrigos municipais e as demais para casas de parentes e amigos. Além disso, a prefeitura distribuiu entre elas 39 cestas básicas, 50 colchões e 38 cobertores.
Abrigos
Para atender às situações de emergência, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania, mantém três abrigos públicos, localizados no conjunto Orlando Dantas e nos bairros Jabotiana e Santos Dumont. Desde o início da desocupação, 109 famílias passaram por esses locais.
