SMS realiza oficina sobre a Política Nacional de Humanização

Saúde
02/06/2011 17h30
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A Secretaria Municipal da Saúde realizou na manhã desta quinta-feoira, 2, oficina sobre as práticas da Política Nacional de Humanização (PNH). Durante o encontro, que aconteceu no auditório do Centro de Educação Permanente da Saúde (CEPS), foram reforçadas as medidas que já vem sendo adotadas pelo secretário Silvio Santos quanto às práticas de atenção e gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), levando em conta a experiência dos serviços, trabalhadores e usuários.

"Um atendimento humanizado é fundamental. O paciente tem que ser recebido com toda a atenção. Ele já chega fragilizado porque não se sente bem e, neste momento, o acolhimento é muito importante. Os usuários devem ser tratados de maneira igualitária e de forma digna. E essa é a nossa determinação", afirma Silvio Santos.

O evento contou com a presença da consultora da PNH do Ministério da Saúde (MS), Liliana da Escóssia, que ministrou a oficina sobre as políticas de humanização, que agora são diretrizes do MS. Para Liliana, a ação tem como objetivo apresentar o sentido de humanização, levando essa política não mais como um projeto isolado.

"Desde 2003 Aracaju realiza as políticas de humanização, porém, esse momento que vivemos, é muito importante, porque as políticas de humanização agora são diretrizes do Ministério, que legitima e aprimora os processos já existentes e os que virão", diz a consultora.

De acordo com a referência técnica da SMS, Aline Belém, a PNH é uma política construída a partir de experiências e possibilidades concretas que se busca aprimorar e multiplicar. "A política faz uma oferta de acompanhamento, apoio e implantação desses dispositivos para garantir os princípios do SUS. Em Aracaju, um exemplo dessa prática é a Rede de Atenção Psicossocial, que nasceu planejada sobre as diretrizes da PNH e até hoje funciona dessa forma", ressalta Aline Belém.  

Atenção Psicossocial

O serviço prestado pela Rede de Atenção Psicossocial em Aracaju é referência no Brasil. Indicadores do Ministério da Saúde atestam que Aracaju é a capital com a melhor cobertura de atenção psicossocial do Brasil, juntamente com Vitória, no Espírito Santo. Contam para esses indicadores o processo avançado de desospitalização psiquiátrica, com destaque para a conscientização das famílias dos usuários no acompanhamento do tratamento.

Para o secretário municipal da Saúde, Silvio Santos, Aracaju tem seguido a linha da política nacional de tratamento de saúde mental que aconselha internamento apenas em casos extremos. "E nós estamos fazendo o nosso dever de casa. O tratamento de saúde mental deve ser feito no ambiente familiar, na comunidade onde a pessoa vive, próximo aos amigos e à sua história, e não trancado como antigamente. Estamos seguindo essa diretriz fazendo um processo de redução nos internamentos, conforme prevê a lei,", afirma o secretário.

Referência Nacional

Aracaju conta hoje com seis Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), sendo três - tipo III, com pernoite, ou seja, funcionam 24 horas com acolhimento noturno para o usuário que precisa passar um tempo a mais no serviço; o CAPS Infanto-juvenil e o CAPS Álcool e outras Drogas (CAPS AD), além do Arthur Bispo do Rosário, que é uma parceria com uma ONG. Isso sem falar nas quatro residências terapêuticas, onde moram alguns usuários originários de CAPS.

Os CAPS III é o destaque da rede já que apenas 10 capitais do Brasil oferecem o serviço e Aracaju está na lista. No país, das 55 unidades deste tipo, 3 estão em Aracaju e logo serão 4. Atualmente, o CAPS AD Primavera está em processo de mudança para ser transformado em CAPS III, o que deve acontecer em 90 dias.

Família

Hoje cerca de 1600 usuários são acolhidos e tratados em todo o sistema na capital. Um fator que tem feito o tratamento dos usuários avançar é a participação efetiva dos familiares no acompanhamento desses pacientes.

"A família participa, tem reuniões de família e algumas participam de oficinas também. Existe uma aproximação. A gente sabe que o que acontecia antigamente é que as pessoas eram colocadas nos hospitais e passavam anos e até a vida toda e perdia todo o vínculo familiar. Hoje não, a família está junto com os usuários, convivendo com eles que é o que acreditamos ser mais importante", conclui a coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial, Karina Cunha.