A Prefeitura Municipal de Aracaju esteve presente na solenidade de comemoração do Centenário do artista plástico sergipano J. Inácio, realizada na tarde desta terça-feira, 05, durante sessão do Conselho Estadual de Cultura. O evento, promovido pelo governo do Estado, teve como objetivo reverenciar a memória de um dos maiores talentos das artes plásticas de Sergipe.
"É uma justa homenagem a um grande sergipano. J. Inácio era uma figura especial, que fugia das rotulações por ser um artista autêntico. Do ponto de vista social, podemos dizer que as suas conversas tinham o poder de despertar o melhor nas pessoas. Ele era um anjo", disse o secretário Municipal da Assistência Social e Cidadania, Bosco Rolemberg, que representou o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira.
A vida e obra de J. Inácio foi narrada pela estudiosa das artes plásticas em Sergipe, Ana Conceição Carvalho. Em seguida, o amigo do homenageado, Ismael Pereira, falou em nome da família de J. Inácio, presente ao evento. "J. Inácio não morreu. Ele vive no coração do povo sergipano e na história das artes plásticas deste Estado. É louvável a iniciativa de reverenciar a sua memória", finalizou.
A solenidade foi acompanhada por membros do Conselho Estadual da Cultura, artistas, intelectuais, professores e estudantes, além dos familiares de J. Inácio. Após os pronunciamentos, foi exibido um filme sobre o homenageado, produzido pela TV Aperipê, com a direção de Pascoal Maynard. Uma exposição sobre a vida e obra de J. Inácio ficará durante oito dias no hall da Biblioteca Pública Epifânio Dória, que sedia o Conselho Estadual da Cultura.
J. Inácio
Nascido em 11 de junho de 1911, no povoado Bolandeira, no município de Arauá, interior de Sergipe, José Inácio de Oliveira, o J. Inácio ou Igo (como costumava assinar parte de suas obras) utilizava em suas pinturas cores fortes e repetidas em paisagens que refletem as terras sergipanas.
Em 1931, teve suas obras expostas, pela primeira vez, na antiga Biblioteca de Aracaju. No mesmo ano, ele foi para o Rio de Janeiro, como bolsista do Governo de Sergipe, estudar pintura na Escola Nacional de Belas Artes. Durante sua permanência no Rio, foi premiado no Salão Nacional de Artes Plásticas de 1943 e 1944. Em 1951, retornou a Aracaju e passou a residir definitivamente na capital.
Em 1º de agosto de 2007, já com 96 anos, J. Inácio morre, deixando órfãos todos aqueles que são admiradores de suas obras ligadas ao visual tropicalista e ecológico.