O tempo do bloquinho de multa e caneta na mão acabou, pelo menos para os Agentes de Trânsito da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de Aracaju (SMTT). Desde dezembro de 2010, os Agentes contam com tecnologia de ponta para realizarem seu trabalho na rua com mais eficiência. Para isso, são usados smartphones blackberry, que são ligados em rede e permitem que os Agentes troquem informações sobre o dia a dia no trânsito. A informatização trouxe mais agilidade e segurança ao processo.
Ao todo 100 aparelhos estão a disposição dos Agentes de Trânsito. Por meio de um acordo com a operadora Oi, cada blackberry custou aos cofres públicos R$ 1,00. A opção da SMTT pelo blackberry se deu pela confiabilidade e pela compatibilidade destas máquinas com os serviços a serem executados. Os aparelhos não servem apenas como talões eletrônicos para registro de infrações, eles são usados para a fiscalização em geral.
Agilidade
"Graças a essa tecnologia, os agentes podem fiscalizar taxis, transportes escolares e a sinalização. Por exemplo: se uma placa está danificada, o agente a fotografa e encaminha de forma online uma solicitação de manutenção. Automaticamente esta vai para o sistema e nós temos acesso a todos os dados: localização precisa, horário em que fotografia foi tirada, o nome do Agente responsável. Assim, as providências são tomadas. O blackberry é mais que um talão eletrônico, eu prefiro chamar de Solução Eletrônica de Gerenciamento de Trânsito", explicou o coordenador de processamento de dados da SMTT, Júlio César Carvalho.
Segundo Júlio César, antes da informatização o controle do talonário de infrações era muito complexo. "Havia um certo fluxo de falhas no que diz respeito ao controle cadastral. As descrições feitas no talão, as vezes não batiam com o veículo, logo não tínhamos com fazer a autuação, entre outras falhas. Para se ter uma idéia, no máximo 60% era aproveitado, hoje o erro não chega a 0,001 %", declarou
Segurança
Em parceria com a Secretaria Municipal de Administração, a coordenação de Processamento de Dados da SMTT, desenvolveu um computador virtual no qual estão armazenadas todas as informações passadas pelos Agentes. Além disso, os blackberrys são equipados com GPS, desta forma se tem a localização exata do Agente de Trânsito no momento em que ele registra uma infração, e conta ainda com o registro fotográfico e de vídeo, mais uma ferramenta para comprovar os motivos da autuação e a presença do Agente no local.
Os aparelhos serão trocados anualmente, caso o aparelho seja danificado antes deste período ele é substituído, isso também faz parte do acordo feito com a operadora Oi. A SMTT pretende estender a informatização também para a 'Zona Azul'.
Facilidade
Para o Agente de Trânsito Edgar Oliveira, a informatização contribui para dinamizar o processo. "Antes as autuações demorava entre 15 e 30 dias para chegar na casa do infrator.Hoje, em no máximo 10 dias ele recebe esta autuação. Através dos aparelhos nós conseguimos visualizar todas as infrações e trocamos muitas informações com outros Agentes. A possibilidade de podermos fotografar e filmar todos os atos é muito positiva, já que nos dá um respaldo maior", destacou.
O Coordenador de Trânsito da capital, Major Paulo Paiva, acredita que o talão eletrônico é um avanço. "O talão possibilita a digitalização da infração no momento em que ela é cometida. Com isso, diminui a morosidade do processo. Antes o Agente autuava um condutor na rua, esta autuação passava para o seu supervisor, depois ia para o setor responsável, lá era digitalizada e só assim a infração entrava no sistema. Hoje imediatamente entra no sistema, além disso, no próprio aparelho o Agente pode consultar a placa do carro, constatar se esta tem alguma restrição e consultar também os dados do condutor. Tudo isso facilitou muito o trabalho", pontuou.
Inovação
Considerada a cidade da qualidade de vida, Aracaju, a capital do menor estado da federação, inova ao trazer tal tecnologia para o trânsito e supera até metrópoles como São Paulo. Em 2005 o então prefeito da capital paulista, José Serra, licenciou um serviço semelhante ao utilizado hoje no trânsito de Aracaju, para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). No entanto, a informatização do trabalho dos Agentes nunca saiu do papel. Até hoje os agentes saem com bloquinho de papel para rua e registram, à mão, as cerca de 6,9 milhões de infrações de trânsito cometidas anualmente em São Paulo.