Com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida para os idosos da capital, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), por meio do Centro de Especialidade Médica de Aracaju (Cemar) do bairro Siqueira Campos, proporciona, há 20 anos, atividades destinadas à turma da melhor idade. O grupo dos idosos possui atualmente cerca de 80 integrantes e traz a proposta de possibilitar uma melhor qualidade de vida a partir do resgate da auto-estima, da valorização da cidadania e do papel do idoso na sociedade.
"Como a maioria não está mais no mercado de trabalho, eles se sentem alheios a tudo que acontece na sociedade e até mesmo na família, pois acabam não se sentindo mais peças fundamentais. Então o grupo, para muitos deles, acaba sendo um lugar onde ele pode falar, pode ser ouvido, onde ainda tem momentos de lazer e de diversão", declara Amanda Carla Souza, assistente social que acompanha o grupo.
Projeto
As reuniões acontecem quinzenalmente, na segunda e última quinta-feira de todos os meses. O primeiro encontroacontece no Cemar e tem um cunho educativo. Profissionais falam sobre temas relacionados à saúde, como a ‘Importância da Alimentação na Terceira Idade' e ‘Os Benefícios da Atividade Física para a saúde'. No final das palestras é feito um alongamento para que eles possam relaxar e colocar em prática o que passado na palestra.
Já a última quinta é destinada ao lazer dos idosos. "Existe uma parceria com o Petroclube, que cede o espaço, e com a Empresa Progresso, que cede um ônibus. Lá deixamos eles a vontade porque existem idosos com mais limitações físicas e eles não se integram a todo tipo de exercício, então eles preferem mesmo aproveitar o dia e ficar relaxando. Já para aqueles que se sentem mais dispostos, nós fazemos exercícios, caminhadas na praia e preparamos nosso piquenique. É um dia para relaxar", explica Amanda.
Amizade
Além de proporcionar discussões sobre temas importantes, as reuniões construíram amizades que ultrapassam os limites da instituição. Para dona Maria Francisca Silva, 70, as reuniões são bastante esperadas. "Participo do grupo há 12 anos e adoro. Aqui é possível obter conhecimento e lazer, além de ter me proporcionado amizades que fazem parte da minha vida", explica ela.
Segundo Amanda, a amizade entre os integrantes do grupo é algo que impressiona a todos os profissionais que passam por ali. "Pelo fato do grupo já existir a tanto tempo, há uma amizade muito forte entre muitas pessoas do grupo e elas acabaram se tornando companheiras uma das outras, indo para médicos juntos, passeios e criando um laço familiar", conta ela.
Participação
A assistente social explica que para entrar no grupo, basta se interessar. "É só aparecer aqui e eu convido para participar de uma reunião, para entender a finalidade do grupo e para ver se a pessoa se identifica com a proposta apresentada", esclarece Amanda. Apesar do grupo ser composto, em sua maioria, por idosos a partir de 60 anos, existem também pessoas mais jovens com histórico de depressão ou que apresenta alguma doença, e vem para o grupo trazido por algum componente.
Para entrar no grupo não precisa ser da comunidade, nem ser um dos pacientes atendidos na Unidade de Saúde. "A maioria foi integrado a partir do convite de outro participante e ficaram por se sentirem acolhidos e motivados a permanecerem no grupo. Então, não há restrições", conclui Amanda.
