Aracaju reduz em 30% a taxa de mortalidade materna

Saúde
21/07/2011 18h06
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A capital sergipana apresentou uma redução na taxa de mortalidade materna em 30%. Os dados são referentes ao ano de 2010, em comparação ao ano de 2009 e apontam que, dos 189 óbitos de mulheres em idade fértil com faixa etária entre 10 e 49 anos, oito mortes foram relacionadas a gravidez, parto e puerpério (pós-parto). Apesar da queda nos coeficientes, os dados de Aracaju são semelhantes aos das demais capitais nordestinas.

Essas informações foram analisadas e divulgadas na tarde da última quinta, dia 21, durante o III Encontro Temático da Saúde da Mulher sobre mortalidade materna, que aconteceu no Hotel Real Classic, na Orla da Atalaia. No evento, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), divulgou o novo Boletim do Comitê Municipal de Prevenção da Mortalidade Materna Infantil de Aracaju.

De acordo com o secretário Municipal da Saúde, Silvio Santos, "O seminário e a divulgação do boletim objetivam estudar a realidade da mortalidade materna em Aracaju com o objetivo de identificar as suas principais causas, planejar e potencializar estratégias mais adequadas na assistência".

Segundo a coordenadora do Programa Saúde da Mulher, Ana Carolina de Paula Teixeira Miranda, o Boletim do Comitê será amplamente divulgado entre os profissionais da Saúde como instrumento para socializar informações e sensibilizar a comunidade em geral sobre o tema.

"Os indicadores epidemiológicos de Aracaju nessa área não são diferentes do padrão brasileiro e, apesar do registro de queda, precisamos fortalecer o diálogo entre as instituições envolvidas na rede de assistência da mulher para fortalecer a prevenção à mortalidade materna e infantil", diz a presidente do Comitê de Prevenção a Mortalidade Materna, Ângela Marinho.

Sobre os esforços para a redução das taxas de mortalidade materna e infantil, a coordenadora da Vigilância em Saúde, Cristiani Ludmila, ressalta que nos últimos anos a SMS vem investindo na melhoria da assistência pré-natal, do planejamento familiar e da assistência ao parto como forma de minimizar o problema da mortalidade materna. "Mais recentemente, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a SMS implantou no Hospital Santa Izabel 10 leitos de UTI materna, a primeira do Estado de Sergipe", disse Ludmila.

Monitoramento

A palestra temática "Mortalidade Materna" foi apresentada pelo pesquisador Ruy Laurenti, que é professor Titular em Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Ele destacou que a mortalidade materna, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é o óbito de mulheres que acontece durante a gravidez, parto ou até 42 dias de puerpério. Os dados demonstram que muitos destes óbitos são causados por hipertensão, hemorragia e abortamentos inseguros.

Segundo Laurenti, o estudo da mortalidade de mulheres de 10 a 49 anos realizado por ele e colaboradores em 2006 aponta que no Brasil a sub-informação e o sub-registro das declarações de óbito dificultam o monitoramento deste assunto. "Assim, com este relatório, o Ministério da Saúde adotou como estratégia de melhoria da qualidade do registro, em longo prazo, o fortalecimento dos setores de informação e vigilância epidemiológica dos estados e municípios, bem como a implantação dos comitês de morte materna", divulgou o pesquisador.

Com larga experiência na área de saúde pública, Laurenti é diretor do Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Centro Brasileiro de Classificação de Doenças.

Comitê

No Encontro Temático estavam presentes os membros do Comitê Municipal de Mortalidade Materna, representantes de maternidades, Conselho Regional de Medicina, Sociedade Sergipana de Ginecologia, Sociedade Sergipana de Pediatria, Universidade Federal de Sergipe e as secretarias Municipal e Estadual da Saúde e outros conselhos de classes.