Mais de 60 flanelinhas já foram cadastrados

Família e Assistência Social
10/08/2011 12h28
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Em um dia e meio, os educadores sociais do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Pop cadastrou 65 flanelinhas que atuam nas praças Tobias Barreto, Princesa Izabel, Fausto Cardoso, Almirante Barroso e Olímpio Campos. Guardadores e limpadores de carro estão sendo cadastrados pela Prefeitura de Aracaju, que pretende traçar o perfil sócio-econômico da categoria, identificar suas demandas e oferecer cursos profissionalizantes dentro das suas expectativas, com vistas a inseri-los no mercado de trabalho e na rede de ensino.

A proposta de cursos profissionalizantes não tem despertado tanto a vontade dos flanelinhas quanto o interesse de ver a profissão de flanelinha regularizada em Aracaju, com direito ao registro profissional. Outro desejo que vem sendo declarado por eles durante o cadastramento é o de retornar à escola para prosseguir nos estudos. Esta é a vontade de Antônio Marcos dos Santos, 36 anos, pai de dois filhos e avô de um garoto.

Nascido em Aracaju, ele iniciou no trabalho de lavador de carro aos 16 anos de idade e, desde então, atua na rua de Pacatuba. "Não cheguei a concluir o ensino fundamental, mas tenho vontade de voltar a estudar e de fazer um curso de inglês. Acho que isso me ajudaria muito", disse Antônio Marcos, expressando a vontade de continuar a trabalhar como flanelinha, atividade que, segundo ele, rendeu-lhe muito boas amizades e da qual tira o sustento da família. "Não é muito, mas dá pra levar", opinou.

Estudos

Adelmo Santos, 41 anos, casado e pai de quatro filhos, disse estar satisfeito no trabalho que abraçou, mas gostaria de voltar à escola. Ele estudou até a 6ª série do ensino fundamental. Atuando na praça Almirante Barroso, é responsável por guardar carros. Já não lava mais. Esse serviço quem faz é um garoto contratado por ele. Seus clientes são, principalmente, os funcionários dos bancos localizados no entorno da praça, da Câmara Municipal de Aracaju e do Procuradoria Geral do Estado.  

A renda do dia é satisfatória, garante ele, informando que seu maior desejo é ter o registro da profissão. "Sustento minha família com o dinheiro que tiro aqui", declarou Adelmo Santos, acrescentando que iniciou na atividade aos 18 anos de idade, na praça Almirante Barrosa, apesar de já ter passado por outros locais como a avenida Rio Branco, as ruas de Pacatuba e Maruim, além do Ceasa. 

Demandas

Para o secretário Municipal de Assistência Social e Cidadania, Bosco Rolemberg, esse trabalho que a prefeitura vem desenvolvendo é de grande importância social, uma vez que, identificadas as demandas e as preferências dos flanelinhas, será possível prestar a assistência necessária para melhorar a qualidade de vida da categoria.