Violência nas escolas é debatida em Emef

Educação
02/09/2011 15h14
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A necessidade de desenvolver uma educação para a paz foi compartilhada por professores, coordenadores escolares e pais de alunos durante o debate realizado nesta manhã, 2, no auditório da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Juscelino Kubitschek, localizada no bairro Coroa do Meio. As discussões foram desencadeadas em virtude de um fato inédito ocorrido na rede municipal de ensino, em que um aluno da escola ameaçou agredir um professor, em decorrência de uma nota baixa.

"A cultura de paz é disseminada em todas as escolas mantidas pela Prefeitura de Aracaju, como medida preventiva. Ao constatarmos uma ocorrência desse caráter temos a obrigação de orientar os pais para que sejam participantes do processo educativo que oferece aos seus filhos condições para que se desenvolvam. Além disso, é preciso cultivar valores e observar se há mudanças de comportamento e outras evidências que apontem para a realização de um ato violento por parte da criança ou do adolescente", declarou a coordenadora de projetos da Secretaria Municipal da Educação (Semed), Valdinete Paes.

Mesmo com o registro da ocorrência que mobilizou a comunidade escolar, foi possível destacar os bons resultados obtidos com a implantação de projetos, como o ‘SOS Coroa do Meio', que é coordenado pela Semed e desenvolvido em parceria com o Ministério Público Estadual (MPE), entidades religiosas e órgãos públicos. Através da iniciativa, os alunos matriculados na Emef JK discutem temas como a preservação do meio ambiente, a importância da amizade e da generosidade, sendo que tais conteúdos têm ênfase nos valores humanos e despertam o protagonismo e a cidadania.

"A Emef JK também dispõe de alunos que são exímios em conduta, daí a tristeza percebida no semblante dos que compõem o corpo docente, justificada no comprometimento da imagem da unidade de ensino após a ameaça do aluno. Parabenizo os pais que firmam parceria com a escola e que acompanham a trajetória dos filhos por compreenderem que educar não é tarefa única do profissional do magistério", ressaltou o professor de História, Luiz Siqueira.

Limites

Em concordância com o professor, a conselheira tutelar Kadja Ferreira se apropriou da boa relação mantida com os alunos da Emef JK e direcionou também uma mensagem aos pais. "Como os atos de violência praticados por adolescentes, geralmente, ocorrem em função da necessidade de os mesmos se destacarem entre os demais, a parte que compete aos pais é estabelecer limites através da educação. Mesmo mantendo uma equipe pedagógica capacitada, atos de violência podem ocorrer num determinado estabelecimento de ensino, como aconteceu aqui na escola JK", disse a conselheira.

De acordo com a dona de casa Ângela Maria Vieira, que mantém dois filhos na escola, o diálogo entre professores, pais e alunos deve ser sempre priorizado. "Se essa interação existisse de fato, não teríamos alunos expulsos das escolas. O aluno em disciplina seria atendido por um grupo de pessoas capazes de conduzi-lo a um bom caminho", opinou Ângela. 

Conselho Escolar

Na próxima segunda-feira, 5, às 19h30, membros do Conselho Escolar da Emef JK estarão reunidos na biblioteca da unidade de ensino para tratar da situação do aluno que ameaçou o professor. Ambos estarão presentes no local, juntamente com familiares do adolescente.

O Conselho Escolar é um órgão colegiado, com respaldo nos artigos 205 e 206 da Constituição Brasileira, nos artigos 3º e 14º da Lei Nº 9394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e instituído no Sistema Municipal de Ensino de Aracaju através da Lei 3074/2002.

Trata-se de um instrumento que fortalece a gestão democrática, já que participam dele representantes da coordenação escolar, professores, funcionários, pais e alunos. Dessa forma, o órgão passa a ser não apenas uma unidade executora de recursos, mas tem também a sua atuação voltada para a melhoria do ensino, promovendo discussões e conhecendo os indicadores de aprendizagem da escola.