Nesta sexta-feira, 9 de setembro, é comemorado o dia do veterinário, profissional que realiza um importante trabalho na saúde pública ajudando a manter Aracaju livre de epidemias. No Centro de Controle de Zoonoses, esses profissionais atuam, tanto na prevenção de doenças, como na orientação da população sobre cuidados para o bem estar dos animais domésticos.
O serviço já retirou, de janeiro a julho deste ano, cerca de 900 animais contaminados das ruas da capital. Os veterinários realizam a triagem e a coleta do sangue dos animais a fim de diagnosticar, através do teste laboratorial, a presença de alguma doença de risco. Raiva, calazar e leptospirose são apenas algumas das várias doenças nocivas à saúde do animal e do homem.
"A Leishmaniose Visceral, mais conhecida como calazar, é o caso mais recorrente", destaca Carlos Henrique, veterinário que atua há mais de 8 anos no Centro de Controle de Zoonoses. Segundo ele, o mosquito flebótomo é o vetor transmissor da enfermidade tanto para as pessoas como para os cães. Ele destaca que, para prevenir doenças, é importante manter o cuidado constante quanto à limpeza da área onde o animal é criado.
"É uma pena ver que muitos proprietários descuidam dos seus animais a ponto destes chegaram a um estado terminal. Por isso, estamos sempre orientando para a importância de se buscar o acompanhamento clínico veterinário particular. O Centro de Controle de Zoonoses lida apenas com casos graves onde não existe cura", conta Carlos Henrique, que também é o responsável pelo Programa de Controle da Raiva.
Posse responsável
Além do monitoramento dos casos de risco, através dos Programas de Controle da Raiva, Leishmaniose Visceral e Leptospirose, o Centro de Controle de Zoonoses também realiza ações como o combate a focos do caramujo transmissor da barriga d'água, prevenção de acidentes com animais peçonhentos e orientações à população quanto à ‘posse responsável'.
"O avanço dessas ações é expressivo. A ‘posse responsável' já conseguiu tirar, no primeiro semestre de 2011, 28 animais saudáveis, entre gatos e cachorros, da situação de abandono nas ruas", afirma o secretário Silvio Santos.
Segundo o coordenador do Centro de Zoonoses, Paulo Tiago, é importante salientar que antes da adoção, por se tratar de animais que podem causar zoonoses, é feita uma triagem com a coleta de sangue para o exame de leishmaniose (calazar) seguida de vacinação.
"Antes de adotar, o futuro proprietário é orientado para sobre questões como maus tratos, e outros assuntos como as responsabilidades e gastos financeiros de quem cria um animal doméstico. Ainda lembramos que animais de rua não devem ser recolhidos sem ajuda do Centro de Zoonozes, pois estes podem estar contaminados", explica Paulo Tiago.
Aline Kelly é vendedora e conta que conheceu a ‘posse responsável' por meio de uma reportagem. Ela necessitava de um cão para vigiar a casa, então resolveu adotar. "Achei a ação muito interessante e organizada, por isso liguei para o Centro de Zoonozes para me informar mais. Chegando lá fiquei encantada com a ‘Pretinha'. Fiz a entrevista, preenchi o termo de responsabilidade e recebi diversas dicas dos veterinários. Até hoje essa cadelinha só me traz alegrias. Recomendo a adoção, pois além de um ato de amor é uma atividade que ajuda a diminuir o número de animais abandonados", afirma Aline.
Vacinação
Segundo o coordenador do Centro de Zoonoses, Paulo Tiago, até o presente momento em 2011 não houve nenhum caso de raiva registrado em animais ou pessoas. O Centro de Zoonoses aguarda calendário do Ministério da Saúde para imunizar contra a Raiva cerca de 60 mil animais na capital.
Em caso de cães e gatos com suspeita de contaminação, denúncia de maus tratos contra animais ou acidente caseiro com bichos peçonhentos como aranhas, cobras e escorpiões, o cidadão deve entrar em contato com o Centro de Zoonoses através dos números: 3179-3564 ou 3179-3565.