Entre os três vídeos sergipanos que estrearam na noite desta quarta-feira, 14, na 11ª edição do Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (Curta-SE), dois deles foram produzidos e dirigidos pelo Núcleo de Produção Digital (NPD) Orlando Vieira: ‘Do Outro Lado do Rio' e ‘Liah'. As produções, exibidas durante a 1ª Mostra Competitiva de Vídeos Sergipanos, levaram centenas de pessoas ao Cinemark do Shopping Jardins a fim de conferir de perto o crescimento do audiovisual do estado.
Segundo a coordenadora geral do Núcleo, Graziele Ferreira, a seleção desses curtas só mostra a competência dos núcleos de produção digital e a dedicação dos alunos de audiovisual. Além disso, a coordenadora ressalta a importância de festivais que estimulem e divulguem os trabalhos realizados no estado.
"É sempre muito bom qualquer tipo de espaço que promova o encontro do cinema brasileiro com os brasileiros e aqui, no caso, dos sergipanos com a produção sergipana. Apesar de raro, esses encontros são importantíssimos para o desenvolvimento do audiovisual local. E eu digo hoje, com muito orgulho, que boa parte dos curtas sergipanos estão sendo produzidos no NPD Orlando Vieira", explica.
Incentivo
A diretora executiva do Curta-SE, Rosângela Rocha, também reconhece e congratula a participação do NPD no festival. "Nós vemos a vasta produção do Núcleo e ficamos muito satisfeitos. Não é à toa que, neste primeiro dia de mostra competitiva de vídeos sergipanos, dois dos três curtas exibidos venham de lá. E o bom é que o Curta-SE só vem a acrescentar no estímulo desses jovens, eles se valorizam, se enchem de vontade de fazer mais e isso contagia a tribo, os amigos, a rua e toda a família", afirma Rosângela.
E contagia mesmo. Nesse terceiro dia de festival, uma sala de cinema não foi suficiente para atender o anseio do grande número de pessoas que queriam assistir a exibição dos filmes. Os ingressos, disponibilizados a partir de 10h, esgotaram-se ainda no começo da tarde. Porém, ainda houve aqueles que insistiram, mesmo já acontecendo a exibição dos filmes, por um ingresso, como foi o caso da estudante Roberta Alves Neto e sua mãe.
"Nós chegamos aqui às 18h e vamos ficar aqui até o último minuto, insistindo, nem que seja para assistirmos sentadas no chão do cinema. Eu não vejo problema nenhum. Só vamos embora quando disserem que é impossível assistirmos esses filmes hoje", comenta a estudante, sentada na porta do cinema.
Essa foi a última exibição do curta ‘Do Outro Lado do Rio' em Aracaju antes de ir para Paris tomar as telas do ‘Festival Internacional de Cinema Signes de Nuit'. O filme, que narra o dia a dia de um pescador e a sua filha, foi produzido pelos alunos do NPD durante o curso de Realização em Audiovisual de 2010, sendo exibido nos Mercados Municipais de Aracaju, na Barra dos Coqueiros, no Cine Mais da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e também em São Paulo, durante o Kinoforum, considerado o maior festival de curtas da América Latina.
Já ‘Liah', também resultante do curso de Realização em Audiovisual de 2010, acaba de estrear em festivais. O filme conta a história de uma garota que tem uma relação muito forte com a água, mas que se sente solitária como uma ilha. "Estamos muito ansiosos pela estreia de Liah no Curta-se. É a primeira vez que participamos de um festival e já numa mostra competitiva. Já estamos todos muito orgulhosos e com uma excelente expectativa", diz Marcos Soares, assistente de direção do curta.
Público
E a noite recebeu, além do público e convidados, a participação dos atores de ‘Do outro lado do rio', como a jovem Thaís Mendes Barreto, que no filme interpreta a filha do rude pescador. "Essa foi a primeira vez que eu atuei, nunca fiz nada desse tipo e estou impressionada. Não esperava que um pequeno trabalho fosse gerar esse grande sucesso. Também é a primeira vez que eu venho ao cinema e já para me ver na tela. É o sonho de qualquer menina", relata a mais nova atriz de São Cristóvão.
Além de Thaís, também estava presente no festival a atriz Luana Morkay, protagonista do curta ‘Liah'. "Essa foi a minha primeira experiência em audiovisual. Eu estudo Teatro na UFS, mas nada comparado. Foram gravações seguidas, das 5h da manhã às 5h da tarde, e ver agora o trabalho pronto e num festival como esse é muito bom", comenta.
O público presente também ficou muito satisfeito com o que assistiu, o que revela a competência do que vem sendo produzido no NPD Orlando Vieira. "Muita imaginação, bons textos, o que eles quiseram passar eles conseguiram. Os filmes estão muito bem elaborados, eu me surpreendi. Eu esperava mais amadorismo, mas não foi o que encontrei aqui. Eles estão chegando ao lado profissional sem nem perceber. Realmente, superou minhas expectativas", diz Maria Cristina de Matos Batista.