"Hoje nossa rede está abastecida de medicamentos, os exames voltaram à normalidade, as escalas de médicos estão completas e já reformamos 12 das 43 Unidades de Saúde da Família". A afirmação é do vice-prefeito e secretário municipal de Saúde, Silvio Santos, que já festeja bons resultados na pasta que é uma das mais difíceis de administrar no município. Ele complementa admitindo que problemas ainda existem, mas as soluções estão sendo atingidas gradativamente. "A máxima na SMS hoje é ‘Saúde Sempre' e o foco é ‘O povo merece o melhor'". Confira a íntegra da entrevista:
Jornal do Dia - A Saúde de Aracaju foi avaliada como uma das causas principais do governador Marcelo Déda ter perdido em Aracaju na última eleição. O senhor assumiu a SMS em meio aquela crise e, aos poucos, as reclamações foram diminuindo. Como está a saúde publica em Aracaju hoje?
Silvio Santos - Quando assumimos a Secretaria Municipal da Saúde a situação estava, de fato, muito difícil. Faltavam médicos, exames e medicamentos. As nossas Unidades de Saúde da Família e os dois prontos socorros carecendo de reparos, manutenção e equipamentos. Os nossos servidores desestimulados, com a auto-estima baixa, reivindicando valorização e melhores condições de trabalho. Eram muitas frentes. Não enfrentaríamos aquela situação sem o apoio dos servidores e a somação de todos os atores que defendem o SUS e uma saúde pública de qualidade. O instrumento que tínhamos para isso era o diálogo. E foi assim, por um lado conversando com os sindicatos representativos dos servidores, com o controle social, estabelecendo parcerias e cooperação com a Secretaria Estadual da Saúde, buscando estreitar as nossas relações com o COSEMS, com os prestadores e com os usuários dos serviços do SUS e, por outro lado, adotando medidas gerenciais, controlando estoques, otimizando recursos humanos e financeiros, modernizando a gestão, tornando-a mais ágil, austera, eficaz e eficiente. Assim, nós fomos, aos poucos, superando a crise. Ressalte-se nisso tudo o apoio substancial do prefeito Edvaldo Nogueira. Hoje nossa rede está abastecida de medicamentos, os exames voltaram à normalidade, as escalas de médicos estão completas e já reformamos 12 das 43 Unidades de Saúde da Família. Problemas ainda existem. Precisamos continuar avançando, mas comparado a qualquer outro município brasileiro nós apresentamos melhores indicadores. A máxima na SMS hoje é: ‘Saúde Sempre' e o foco é: ‘O Povo Merece o Melhor'.
JD - E a relação com os servidores, melhorou?
SS - Os servidores são o nosso maior patrimônio e dedicamos a eles uma atenção especial. Estabelecemos como política de recursos humanos dar oportunidade de ascensão aos cargos de gestão aos servidores. Alem disso, mesmo com a escassez de recursos financeiros, temos atendido à reivindicações antigas de várias categorias. Regulamentamos o artigo 27 da Lei Complementar número 61/2003. A partir dessa regulamentação, os cursos de até 40 horas dos servidores estão sendo processados, agora como titulação, o que conta para conquistar gratificações. Apesar de a lei ser de 2003, somente agora esse artigo foi regulamentado, o que estimula a formação e a capacitação e reconhece financeiramente os profissionais. Atendemos também a uma antiga reivindicação dos auxiliares e técnicos de enfermagem, concedendo a isonomia de plantões como já acontece com os enfermeiros, que desde o início deste mês estão trabalhando 11 plantões por mês, e não mais 12. Estamos sinalizando favoravelmente ao pagamento da insalubridade para os agentes comunitários de saúde, bem como da liberação da tarde de estudo para essa categoria que assim se equipara às demais. Acabamos de realizar negociação histórica com os médicos que conquistaram a incorporação ao salário de um valor das gratificações retroativo ao mês de agosto, além de constituirmos um grupo de trabalho paritário para discutirmos um novo modelo remuneratório.
JD - Existe alguma linha de atuação que o secretário considere estratégica para melhoria na Saúde?
SS - Sim, todas, mas a questão da promoção da saúde é uma diretriz de Aracaju. É o que chamamos de saúde preventiva. Nós temos é que prevenir, incentivar uma vida saudável. A maioria dos problemas que motiva as pessoas a procurar atendimento médico é decorrente de maus hábitos. Estamos atuando também nessa linha A Academia da Cidade é um grande exemplo disso. A comunidade realiza atividades físicas monitoradas por profissionais e sem pagar nada. São 17 pólos em pontos diferentes da cidade, mais de seis mil alunos, gente que sai de casa cedinho para fazer atividade com profissionais especializados, que tem controlado pressão, diabetes. Além disso, estamos investindo também no Programa Saúde na Escola, despertando a necessidade de unir saúde e educação, estimulando prevenção através de hábitos saudáveis e começando isso com as crianças e a juventude. Só indo conhecer para ver que atividades exemplares são essas! Qualidade de vida não é somente ir ao médico, é não precisar ir porque não está doente, porque tem hábitos saudáveis, estilo de vida saudável. Enfim, qualidade de vida.
JD - Apesar desses avanços, a saúde continua na mira da política. Como lidar com isso?
SS - A oposição sempre vai fazer críticas. Esse é o papel da oposição. Isso faz parte da democracia. O que não dá para deixar é de reconhecer as melhorias e os avanços. A população de Aracaju cresceu muito e estamos aqui dispostos a tentar solucionar os problemas, com negociação, contratação de mais prestadores de serviço, capacitando nossos profissionais, humanizando nosso atendimento. Estamos avançando para oferecer uma saúde de qualidade para todos. E posso garantir que estamos trabalhando incansavelmente para melhorar cada vez mais a qualidade dos nossos serviços. Já melhoramos muito e vamos continuar melhorando. O usuário dos SUS merece o melhor.