Prefeito debate sobre aterro sanitário

Agência Aracaju de Notícias
20/09/2011 22h48
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Nesta terça-feira, 20, o prefeito Edvaldo Nogueira participou do debate ‘Cinform Convida', promovido quinzenalmente pelo jornal Cinform para discussão de temas em destaque na sociedade. Desta vez, o debate teve como assunto principal a destinação do lixo na Grande Aracaju e o projeto do aterro sanitário da região.

Além do prefeito de Aracaju, participaram do debate, mediado pelo jornalista Jozailto Lima, o prefeito de Nossa Senhora do Socorro, Fábio Henrique, e o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Genival Nunes. O momento, organizado pelo jornal após sugestão do próprio prefeito Edvaldo Nogueira, contribuiu para esclarecer os principais pontos relacionados ao projeto de criação do aterro e as políticas voltadas à destinação de resíduos sólidos na capital.

Para o prefeito de Aracaju, a iniciativa de reunir gestores, técnicos e a sociedade civil para o debate é eficiente e democrática. "Ao promover essa discussão, nós damos às pessoas a possibilidade de ouvir diferentes lados do assunto, separar as informações ditas aqui e tirar suas próprias conclusões. Isso é muito importante na formação da opinião", avalia Edvaldo.

Inicialmente, o prefeito explicou o procedimento de planejamento e pesquisa que antecedeu e justificou o plano do aterro sanitário. "Estudos do mundo inteiro revelam que o aterro sanitário ainda é a melhor opção para resíduos sólidos. Apenas 2% dos resíduos do país é descartado pelo processo de queima. Pesquisamos em outros estados, em outros países, e vimos que o aterro é a maneira que mais se encaixa nas nossas necessidades", disse Edvaldo Nogueira.

Local

Um dos pontos mais discutidos durante o ‘Cinform Convida' foi com relação ao local onde o aterro deveria ser implantado. Desde 2009, os municípios de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão formalizaram o processo de Consórcio Metropolitano Integrado, com o objetivo de conferir um destino adequado aos resíduos sólidos gerados nessas três regiões urbanas. Após um detalhado parecer técnico, foi definida a área situada no município de Nossa Senhora do Socorro, ao lado da lixeira da Palestina, como o local mais viável para o projeto. Em Aracaju, nenhum local atenderia às normas ambientais para criação do aterro.

"Técnicos da Prefeitura de Aracaju e de Socorro discutiram muito sobre todos os aspectos do aterro. O projeto não é bom apenas para Aracaju, mas também para os demais municípios vizinhos, porque vamos resolver de forma satisfatória o problema dos lixões. Não estamos discutindo questões pessoais ou políticas, mas estamos pensando no futuro das nossas cidades", garante Edvaldo.

A licença para execução do projeto foi negada pela Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) e aguarda decisão judicial, mas o prefeito da capital sergipana assegura que não irá medir esforços para que seja regularizada a situação do descarte de resíduos sólidos. Entretanto, durante o debate, Edvaldo reafirmou sua posição de respeito às decisões dos órgãos responsáveis e à anuência do prefeito Fábio Henrique.

"Aracaju não pode resolver esse problema sozinha, porque não existe local na nossa cidade para implantação do aterro. É preciso resolver essa questão do lixo, mas nunca foi dito que se faria o aterro de qualquer jeito. Vamos aguardar a resolução e a licença. Mesmo assim, caso a Adema aprove o aterro na Palestina e o prefeito de Socorro não queira, não o faremos lá", disse o prefeito de Aracaju.

Como uma possível alternativa para a questão, o secretário Genival Nunes disponibilizou equipes da Semarh para a realização de um novo estudo para, em conjunto com as administrações das cidades envolvidas, que seja encontrado outro local para o aterro. "Aracaju não tem esse espaço, mas em Socorro há locais onde pode ser feito isso. Coloco a Semarh e a Adema à disposição das prefeituras para escolhermos a área adequada para o projeto", sugeriu.

Ecopontos

Outro tema levantado na discussão sobre o descarte de lixo na cidade foi a criação dos ecopontos, que irão receber os resíduos provenientes de construções e demolições. Segundo o prefeito de Aracaju, os primeiros dez ecopontos serão entregues até o próximo ano. "Ao final, a cidade terá 20 ecopontos, que vão representar um avanço muito grande na questão do descarte de material da construção civil, que não é levado ao aterro", explica Edvaldo Nogueira.

Para a professora Cláudia Rubeerg, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental em Sergipe, a medida vai solucionar um problema recorrente na cidade, beneficiando toda a população. "Existem resíduos, que não são aqueles familiares levados pela coleta regular, que não há destinação. A falta de alternativa faz com que ele seja descartado em locais inadequados, como terrenos e vias públicas, causando uma série de problemas. Com a existência do ecoponto, o cidadão pode levar esse material até lá e, a partir dali, a prefeitura dará a destinação adequada", analisa.

Cooperação

Todas as medidas voltadas para a resolução do problema do lixo na Grande Aracaju, segundo os prefeitos, precisam contar com o apoio e colaboração da sociedade. Para o prefeito Fábio Henrique, é preciso conscientizar os cidadãos de como é importante haver cuidado permanente com o lixo descartado.

"Se não houver participação constante da comunidade, não vai haver mudança. É um trabalho enorme para as administrações municipais, um gasto muito grande que se tem com lixo anualmente. As pessoas precisam entender que não é um problema do governo, é um problema da sociedade", afirma o prefeito de Socorro.

O prefeito Edvaldo Nogueira também chamou atenção para a atuação da sociedade. "Estamos buscando medidas que melhorem e solucionem essa questão dos resíduos, mas é preciso que a sociedade se una para que possamos resolver isso", afirma.

Presenças

O público do debate contou com a presença dos secretários municipais Marcos Cardoso (Secom), Antônio Bittencourt (Semed), Dulcival Santana (Seplan), Jeferson Passos (Sefin), Lucimara Passos (Emsurb), Osvaldo Nascimento (Emurb) e Antônio Samarone (SMTT). Também participaram do debate alunos do Instituto Luciano Barreto Júnior (ILBJ), representantes de associações de moradores, líderes comunitários e jornalistas.