Dona Josefa Barbosa, 67, frequenta hospitais há 17 anos na tentativa de controlar a diabetes. Encaminhada ao Centro de Especialidades Médicas (Cemar) Siqueira Campos há dois anos, ela conseguiu controlar a doença, está se sentindo bem e garante que consegue lidar melhor com ela. O departamento de Endocrinologia do Cemar é referência no estado e dispõe de oito médicos especializados no tratamento de diabetes e tireóide de crianças e adultos.
Além de acompanhamento de médicos, nutricionistas e de programas de esclarecimento da doença, a unidade fornece a todos os pacientes um aparelho de aferição da glicose, para que eles possam, diariamente, monitorar a doença. "Isso facilita também o trabalho dos médicos, pois, comparando resultados, é possível perceber a evolução do tratamento ou corrigir possíveis erros", explica a gerente do setor de Endocrinologia do Cemar, Angélica Cordeiro.
Existem alguns fatores que desencadeiam a diabetes, sendo o principal deles a hereditariedade, ou seja, a pessoa já nasce com uma célula predisponente a desenvolver a doença. Além desse, há outros fatores como a obesidade, hipertensão, colesterol, fumo e problemas genéticos. "Até hoje não se descobriu a causa, por isso ainda não existe a cura", explica a enfermeira da unidade, Lena Ferreira.
Monitoramento
Foi fundado no Cemar um programa permanente para os diabéticos do centro. O programa oferece um curso completo com todas as informações referentes à doença e aos tratamentos. "Todos os assuntos referentes à diabetes são abordados no curso, desde os sintomas, os fatores e as suas complicações", conta a enfermeira Lena. Há oito turmas compostas por 12 pessoas que se reúnem nas terças e quintas.
Além da realização das aulas, é formado um grupo terapêutico, no qual os pacientes compartilham momentos da doença, experiências e dificuldades. Todos os pacientes são monitorados durante as aulas para que, assim, possam avaliar a evolução do tratamento.
Exame do Pé Diabético
Com o agravamento da doença e quando não há os cuidados necessários, os diabéticos correm o risco de perder os membros inferiores, principalmente os pés, tendo como consequência a amputação. Assim, foi desenvolvido no centro um programa de prevenção, chamando a atenção para os cuidados necessários. "O programa existe exatamente para tentar reduzir o número desses casos. Se há uma alteração da doença por muito tempo, vai começar a desenvolver sequelas, podendo levar à amputação", explica Lena.
Lesões no pé ou pré-lesoes, como calos, rachaduras, micose, ressecamento são alguns fatores que podem levar ao desenvolvimento de feridas e, caso a diabetes esteja alterada, a ferida não consegue cicatrizar. A enfermeira explica que a amputação é o último estágio, mas não é raro chegar a esse ponto. "O alto nível de açúcar no sangue não permite que a ferida feche", conta ela.
O exame é feito usando um objeto de ponta fina que, ao tocar no membro, mede a sensibilidade da pessoa. "Nós tocamos em três pontos diferentes e se a pessoa sentiu todos os toques, quer dizer que a sensibilidade dele está preservada", explica. Caso a sensibilidade já não exista, serão feitas algumas recomendações ao diabético, como olhar o pé todo dia e não andar descalço.
Crianças e Adolescentes
Segundo a enfermeira e monitora da glicemia de crianças e adolescentes diabéticos, Márcia Marinho, o tratamento desse grupo é mais complicado. "A criança não entende o que é a doença e tem que sofrer algumas restrições, como parar de comer doce. Exige muita disciplina", conta.
São raras as que acompanham o tratamento corretamente, sendo assim, necessitam de um suporte maior da equipe e da família. Na adolescência, há uma predisposição maior ao descontrole da doença devido ao aumento dos níveis de hormônios que acontecem nessa fase. No Cemar do Siqueira Campos, há 267 usuários desse grupo sendo acompanhados pelos profissionais.
O Cemar do Siqueira Campos está localizado na Rua Bahia, S/N. Mais informações podem ser obtidas através do telefone (79) 3234-0909.
