Saúde reúne famílias e portadores de gagueira

Saúde
21/10/2011 08h40
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Para marcar o Dia Internacional de Atenção à Gagueira, comemorado em 22 de outubro, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) promoveu um encontro diferente. Na quinta-feira, 20, cerca de 50 pessoas, entre portadores de gagueira e familiares, lotaram o auditório do Centro de Especialidades Médicas (Cemar) Siqueira Campos para participar do encontro 'Gagueira: Histórias que nos mobilizam', evento marcado por palestras, debates e atividades lúdicas.

Na oportunidade, personalidades históricas que sofriam de gagueira foram lembradas.  A exibição do filme "O discurso do Rei", que conta a trajetória de um rei gago, encerrou as atividades do dia. O fonoaudiólogo, Arthur Marcelino, idealizador da atividade, conta que o maior objetivo do encontro é desmistificar a gagueira tanto para o portador do problema como para as famílias.

"Quanto mais cedo se identifica a gagueira, maiores são as chances de tratamento. Quanto mais se informa e esclarece a população sobre o problema, maiores são as possibilidades de prevenção. Além disso, é possível, através de ações promotoras de saúde, oferecer maior respeito e dignidade às pessoas que gaguejam, promovendo a estas, saúde e qualidade de vida", explica.

Gagueira em Debate

A ciência ainda não encontrou a cura para a gagueira, mas muitas teorias foram desenvolvidas e, recentemente, foi descoberto que  fatores neurofisiológicos, hereditários e até psicoemocionais também podem ter sua parcela de influência em algumas pessoas que gaguejam. Rosenildes dos Santos trouxe o filho Sérgio Aquino para participar do encontro. Ela conta que ficou emocionada com o que foi dito durante a palestra.

"O fonoaudiólogo deixou claro que toda a família, e principalmente os pais, têm um papel essencial para que o portador da gagueira possa avançar no tratamento. Nós devemos sempre ser todo ouvidos", disse ele. Devemos escutar e ter bastante paciência, pois repreender a gagueira só prejudica a pessoa, que pode se sentir excluída. Isso é um tipo de bullying, que só traz danos e prejuízos", conta Rosenildes Santos.

Para César Alves, pai do pequeno Iago Rocha, o evento foi uma excelente forma de mostrar como os portadores de gagueira podem superar dificuldades e provar que são capazes. Ele conta que quando seu filho tinha apenas seis anos percebeu que a criança precisava de ajuda.

"Eu e a mãe dele notamos que ele tinha dificuldade de falar algumas palavras e por isso buscamos ajuda médica especializada. No Centro de Especialidades Médicas da Criança e do Adolescente (CEMCA) meu filho recebeu um acompanhamento ótimo junto aos fonoaudiólogos. Ficamos felizes e orgulhosos, pois a cada dia ele nos surpreende mais com sua habilidade em falar", destaca César Alves.

Tratamento

Além de disfemia, conhecida popularmente como gagueira ou gaguez, o tratamento de diversas outras desordens de fluência da fala é realizado na Rede Municipal de Saúde. Para contatar o serviço, o usuário deve buscar ajuda da Unidade Básica de Saúde de referência do bairro. Lá, os menores de 4 à 17 anos são encaminhados para o  Centro de Especialidades Médicas da Criança e do Adolescente (CEMCA). Já os maiores de 18 anos são acompanhados por especialistas no Centro de Especialidade Médicas (Cemar) Augusto Franco.

"Por interferir na comunicação, a gagueira quando não tratada com atenção pode causar prejuízos ao indivíduo tanto em seu desempenho escolar como na vida profissional. Muitas pessoas que gaguejam também sofrem de preconceito e são discriminadas na sociedade. Por isso, precisamos todos nos sensibilizar, pois a gagueira não tem graça, é um problema de saúde que tem tratamento e essa oferta também esta disponível na rede publica", conclui o secretário municipal de Saúde, Silvio Santos.