Pediatras e enfermeiros são capacitados para atuar com pessoas com deficiência

Saúde
21/10/2011 17h00
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Com o objetivo de sensibilizar profissionais de Saúde no atendimento a pessoas com deficiência física, auditiva, visual, intelectual ou múltipla, a Prefeitura Municipal de Aracaju tem abordado o tema em cursos de capacitação de curta duração (4h/aula) para grupos com 25 profissionais. Durante o curso deste mês, a Secretaria Municipal de Saúde(SMS) distribuiu a cartilha denominada "Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência no Sistema Único de Saúde (SUS)", do Ministério da Saúde.

No total, participaram da capacitação cerca de 120 profissionais, entre enfermeiros e médicos pediatras. Segundo o facilitador da capacitação, o pediatra e referência Técnica do Programa de Saúde da Criança (PSE) Byron Ramos a sensibilização será estendida a outros profissionais da Rede de Atenção Primária(REAP).

"O nosso objetivo é sensibilizar os profissionais da rede pública para melhorarmos nossa abordagem junto às famílias e às pessoas com deficiência nas nossas unidades. Precisamos garantir a inclusão social dessas pessoas ao SUS/Aracaju. Precisamos divulgar as ações e os serviços prestados pelas unidades de saúde e pela assistência especializada, assim como fortalecer o elo entre as famílias e as equipes do Programa Saúde da Família (PSF). Mas para que tudo isso aconteça, temos de superar preconceitos e discriminações ainda existem para com as pessoas com deficiência", disse Byron Ramos.

O pediatra insiste em ressaltar que as pessoas com deficiências não devem ser consideradas doentes, mas sim vivendo em situações especiais. "E nesse aspecto, as famílias também apresentam muitas dificuldades para com esse cuidado, por falta de informações. Ou seja, a sociedade como todo deve se modificar para ajudar a atender as necessidades dessas pessoas", afirmou Byron Ramos.

Evolução

Nas universidades brasileiras, as orientações sobre cuidados às pessoas que apresentam impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial não faziam parte da formação acadêmica, ligada à saúde. "Em todos os sentidos, foi muito interessante essa capacitação. Nós da velha guarda, na faculdade, não tivemos disciplinas que abordassem esse tema. A academia focava a doença. Para nós veteranos, foi o Programa Saúde da Família(PSF) e o Programa Saúde na Escola (PSE) que trouxeram esse aprendizado da prevenção e esse novo olhar para os cuidados com as pessoas com deficiências. De um modo geral, penso que nós temos ainda receio de lidar com o diferente, porque o nosso aprendizado se pautava no que era padrão, nos protocolos das doenças", analisou a enfermeira Glória Rosangela da Silva Nunes. Ela tem 30 anos de profissão, sendo 11 deles dedicados ao PSF na Unidade de Saúde da Família (USF) Cândida Alves.

Também veterana, a enfermeira Cleide Selma compartilha com as análises da colega Glória Nunes. "Os estagiários da área da saúde pública desta geração trazem um olhar mais amplo sobre saúde/doença. Na nossa época de estágio, o nosso trabalho se resumia na produção, observando as vacinações e curativos. Hoje, a rede pública proporciona os estagiários a acompanhar as consultas e as visitas nas comunidades", afirmou Cleide Selma que tem 20 anos de profissão, sendo que 10 anos no PSE, e atualmente está atuando na USF Ministro Cavalcante.

"A pessoa com deficiência existe desde longa data. E só após iniciativas da sociedade civil, houve um reconhecimento nacional dessa causa. O SUS, em 2002, instituiu a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência. E nós profissionais de saúde, precisamos estar cada vez mais sensibilizados para identificar/compreender/ressignificar as necessidades das pessoas com deficiência e da família. A partir desse reconhecimento, temos de garantir o acesso aos serviços de saúde disponíveis dentro do SMS", afirmou a enfermeira da Unidade de Urgência Zona Sul Fernando Franco, Grazielle Dias.


Ações de promoção

O secretário Municipal da Saúde, Silvio Santos ressalta que com a ampliação do Programa Saúde na Escola (PSE), a PMA fortaleceu as parcerias para ações de promoção em saúde entre as escolas públicas e unidades de saúde da PMA. "Crianças e adolescentes com deficiência na escola foi inclusive um dos temas prioritários do II Seminário do PSE: ‘Interando as ações', realizado em setembro desde ano. O evento reuniu mais de 300 professores e profissionais de Saúde. Além de amadurecer o debate e ampliar as consciências, juntos, os profissionais traçaram estratégias intersetoriais e estão levando esse debate para dentro das escolas e dentro das unidades. Não tenho dúvida, que estamos ampliando o número de pessoas comprometidas e viabilizando um melhor atendimento às pessoas com deficiência e suas famílias dentro do SUS Aracaju", afirmou o secretário.