Emocionada, Maria Rosalina Sacramento Silva, mãe solteira de quatro filhos, exibiu na última sexta-feira, 21, o termo de responsabilidade emitido pela Prefeitura de Aracaju, que garantia à sua família o benefício do auxilio moradia, no valor de até R$300.00. Retirada da área de risco conhecida como Preol, no bairro Santa Maria, Rosalina foi encaminhada para a moradia provisória em maio passado, juntamente com outras famílias.
Elas passaram a habitar no galpão do bairro Santos Dumont. Para Maria Rosalina "galpão não é a moradia perfeita para uma família, pois não se tem privacidade, mas infelizmente foi necessário, porque não poderia arriscar a vida dos meus filhos. Acreditei que a prefeitura ia tomar as providências e estou feliz que este momento tenha chegado".
A declaração de Maria Rosalina aconteceu durante a ação da Prefeitura de Aracaju que resultou na concessão do auxílio moradia para as famílias que, efetivamente, estavam morando nos galpões. Os abrigos provisórios foram instalados para acomodar as famílias egressas das ocupações irregulares, erguidas às margens do canal Santa Maria e que não faziam parte do cadastro municipal.
Justiça
Hendel Stefhanie Neves Costa, à época abrigada também no galpão do Santos Dumont, esbanjou alegria ao receber o termo que lhe garantia o auxílio moradia. Ela achou justo o critério de seleção usado pela Prefeitura para beneficiar quem realmente precisava."Vários barracos erguidos aqui dentro do galpão estão fechados, gente que diz que mora aqui,mas na verdade só aparece quando fica sabendo que a prefeitura vai dar alguma coisa. No dia que a prefeitura veio verificar os verdadeiros moradores, só estava aqui quem realmente não tem para onde ir, quem realmente mora aqui", declarou a ex-moradora do galpão.
Ação nos galpões
Na noite da quinta-feira, 20 de outubro, às 20 horas, técnicos da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), comandados pelo secretário da pasta, Bosco Rolemberg, vistoriaram os quatro galpões alugados pela prefeitura, para levar assistência às famílias. Ao chegar aos galpões do Santos Dumont, das avenidas Airton Teles e Gasoduto e na Jobatiana, os técnicos detectaram o esvaziamento das unidades. Constataram que das 200 famílias levadas inicialmente aos galpões, apenas 57 estavam, de fato, residindo nos abrigos.
Para garantir às famílias que efetivamente estavam morando nos galpões, o prefeito Edvaldo Nogueira decidiu proporcionar-lhes um Natal sem galpões e autorizou a concessão do auxílio moradia para aquelas 57 famílias. "Esta é uma questão de justiça social e também de sentimento de humanidade. Nós contatamos que estas famílias realmente não tinham onde morar, não podiam contar com a ajuda e solidariedade de parentes e amigos, então, optamos por lhes conceder o benefício. Elas já estão morando em suas casas, o que nos permitiu fechar os quatro galpões", conclui o secretário de Assistência Social e Cidadania, Bosco Rolemberg.
A ação nos galpões foi liderada pela Secretaria de Assistência Social e Cidadania, que contou com o apoio decisivo da Guarda Municipal, que acompanhou os técnicos durante a visita, e da Empresa Municipal de Serviços Urbanas, que contribuiu com a mudança das famílias para suas novas moradias.