Prefeitura disponibiliza cirurgia de vasectomia

Agência Aracaju de Notícias
23/11/2011 10h32
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Oferecida de forma gratuita pela Prefeitura de Aracaju, a cirurgia de esterilização masculina (vasectomia) apresentou crescimento no número de procedimentos cirúrgicos em 2011. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), de janeiro até agosto desse ano, já foram realizadas cerca de 100 intervenções cirúrgicas dessa natureza.  No ano passado, a SMS registrou 76 procedimentos; em 2009, foram 17 cirurgias; e em 2008, somente quatro operações.

A vasectomia, caracterizada como um procedimento cirúrgico definitivo, destina-se como um serviço de orientação e planejamento familiar que ajuda no controle da natalidade. Segundo a técnica do Programa de Saúde da Mulher, Kátia Andrade, o aumento pela procura do serviço deve-se ao fato de que os homens estão mais informados e conscientes sobre os detalhes da cirurgia.

"Algumas idéias foram desmitificadas pelo público masculino, como associar a cirurgia com problemas de impotência sexual ou ainda certos preconceitos e questões ligadas ao machismo. O volume de informações divulgado pela mídia também ajudou a deixar os homens menos preocupados e mais conscientes sobre o que de fato é a vasectomia. Embora, mesmo com todo esse aumento nas informações sobre o serviço, quando os pacientes chegam às Unidades de Saúde da capital, eles são novamente instruídos pela nossa equipe sobre todas as etapas e detalhes do procedimento cirúrgico", informa Kátia.

Perfil

A faixa etária dos 30 aos 39 anos compreende o número de pacientes que mais procuraram o serviço esse ano, com 64 pacientes. Em seguida, estão empatadas as faixas etárias dos 20 aos 29 anos e dos 40 aos 49 anos, apresentando cada uma delas 15 pacientes. Já entre os homens de 50 a 59 anos, somente três buscaram o procedimento na rede de saúde do município.

Segundo Kátia Andrade, desde 2004, os pacientes dos 30 aos 39 anos vêm se mantendo como a faixa etária com o maior número de solicitantes da intervenção. "No banco de dados da SMS, de 2004 até agosto desse ano, do total de 194 procedimentos, 118 foram realizados para a faixa etária dos 30 aos 39. Confirmando que o homem nessa fase encontra-se em um período mais maduro, mais seguro sobre o que desejam e já sabem o que querem das suas vidas. Geralmente, possuem base familiar estabilizada, com filhos, emprego e toda estrutura básica para a constituição e regularidade que uma família precisa", pondera a técnica da SMS.

Procedimento

Por ser um método sem possibilidade de reversão, o paciente deve cumprir um prazo de espera de 60 dias, que compreende desde a primeira consulta até a realização da cirurgia. Durante esse período, uma equipe multidisciplinar acompanha o paciente, como médico, enfermeiro, assistente social, e informa todas as possibilidades de riscos, vantagens, desvantagens e conseqüências do procedimento.

Essa fase pré-operatória é apontada por Kátia Andrade como uma fase crucial para o paciente,  já que ela formaliza a sua decisão definitiva pela vasectomia. "Muitos vezes, os homens chegam dispostos a realizar a cirurgia, mas depois que explicamos os pormenores de todo o ato, eles acabam desistindo. Mesmo sendo uma cirurgia simples e sem grandes complicações, elas implicam em uma decisão para o resto da sua vida. E, algumas vezes, certas questões acabam mudando na vida das pessoas, como a troca de parceiras e, consequentemente, o desejo de ter novos filhos, que não será mais possível acontecer de forma natural, caso ele opte pela operação", afirma.

Recuperação

A recuperação da vasectomia é mais simples que a cirurgia de laqueadura: cerca de cinco dias após a operação. Para se submeter ao procedimento, o homem precisa ter uma idade mínima de 25 anos ou ter, pelo menos, dois filhos. Em média, a cirurgia dura cerca de meia hora. Ainda durante os três primeiros meses, o paciente realiza periodicamente o exame de espermograma, com o objetivo de conferir se todo o material genético acumulado no canal próximo à uretra foi realmente expelido.

"A recomendação é que, nessa fase, o paciente use camisinha para evitar a possibilidade da sua parceira engravidar. Afinal, é provável que espermatozóides reminiscentes se acumulem próximo ao canal da uretra, dando a chance de uma gravidez indesejável, mesmo para pacientes vasectomizados. Contudo, importante frisar que a cirurgia só impede o risco da gravidez, mas as doenças sexualmente transmissíveis ainda podem acontecer. Por isso, os homens operados são orientados a nunca se descuidarem, e sempre utilizarem preservativos durante as relações", conclui a técnica Kátia Andrade.