Sociedade adere ao movimento Chega de Desastres

Transporte e Trânsito
21/11/2011 15h19
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O excesso de velocidade e o consumo de bebidas alcoólicas pelos motoristas são as principais causas de acidentes graves no trânsito. Por conta das estatísticas que não param de crescer, o mundo celebra o Dia em Memória às Vítimas de Trânsito nesta segunda-feira, 21. Para sensibilizar a população aracajuana, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), como instituição ativa do Comitê Municipal de Segurança e Paz no Trânsito (COMSEPAT), realizou ação na Rotatória do Caju, situada na avenida Beira Mar.

Encenação ao redor de cruzes foram dispostas no canteiro central da via, bairro 13 de Julho, identificadas com nome e idade de vitimados sensibilizou condutores. “Choca mesmo. Às vezes a gente não percebe o impacto que traz para a comunidade”, comenta o motorista Elizário Ferreira. Veículos que se envolveram em acidentes foram expostos no mesmo local para chamar atenção ao momento.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) aderiu ao movimento e levou dados expressivos de impacto na qualidade da administração da pasta. De acordo com o secretário da SES, Antônio Guimarães, dos 20 leitos disponibilizados para pacientes de ocorrências graves, 16 são destinados para jovens alvos da imprudência no trânsito. 

“É de extremo interesse reconhecer a situação dramática que ceifa vidas que hoje vivenciamos. São em média dois jovens que morrem por dia no trânsito em Aracaju. Enquanto cidadão e pai, me envolvo na causa e parabenizo a SMTT pela iniciativa, que tem o intuito de evitar o crescimento dramático dessas estatísticas”, aponta Antônio Guimarães.

O superintendente da SMTT, Antonio Samarone, evidencia a importância das secretarias de Saúde do Estado e do Município na ação desta segunda-feira. “É preciso mudar as estatísticas. A sociedade não pode tratá-las com descaso ou não perceber que a violência mata no trânsito. O Ministério da Saúde divulgou que somente no ano passado, mais de 40mil pessoas morreram por acidentes no país. Aracaju já demonstra querer reverter este dado com a criação de associações como a que as vítimas do trânsito da capital realiza", explica Samarone.

"A SMTT está à disposição da sociedade para auxiliar na mudança de atitude com campanhas e ações imediatas. O problema atual da mobilidade não é a fluidez, mas o número de óbitos que acontecem diariamente no trânsito”, completa o superintendente.

Cidadãos que foram vítimas deste tipo de violência aproveitaram a oportunidade para divulgar a Associação das Vítimas de Violência no Trânsito de Sergipe (AVVT/SE). Para o estudante Rafael Henrique, que foi alvo de um veículo em racha na Beira Mar em 29 de março, o momento é valioso. “A ação está do jeito que pretendíamos: precisamos chegar na sociedade, sensibilizar as pessoas para as mortes que a violência e imprudência no trânsito tem causado em Aracaju”, lembra.

De acordo com o setor de estatísticas da SMTT, de janeiro a outubro deste ano, 75 óbitos registrados em Aracaju. Das mortes associadas a motociclistas, são 50%, envolvendo os pedestres são 24,3%, para carros são 20,3% e representando ciclistas inseridos, estão 5,4% do número consolidado neste período.

“Assim que meu filho completou 16 anos em março, ele foi alvo de um ônibus imprudente no Augusto Franco e morreu. Quem vai trazer a minha felicidade de viver de volta? O motorista que não respeita nem a si mesmo? Meu filho foi morto sem chance alguma de valorizar a vida. Por isso faço apelo para que a Prefeitura coloque radar porque se tivesse, tenho certeza que meu filho estaria hoje comigo. Quem é correto e anda conforme a lei, não tem o que reclamar deste dispositivo que salva vidas”, relata Isvalda Fonseca Santos, uma das integrantes da AVVT/SE.

Continuidade

A programação segue às 14h, com palestra do especialista em Segurança no Trânsito, Eduardo Biavati, no auditório do Hotel Mercure. O momento é culminado às 16h, com a liturgia da palavra no Setor de Traumas do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), com bispo Dom Henrique e representantes evangélicos.

“Por que há passividade com a violência no trânsito? A vida daqueles que morrem em acidentes de trânsito tem menor valor ou importância?”, provoca o diretor de trânsito da SMTT, major Paulo Paiva, lembrando que o Brasil é o 10º país com maior mortalidade nesse quesito.