Para marcar as atividades da 'Campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher - 2012', a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realizou uma oficina para formar facilitadores, com o tema ‘Violência Contra a Mulher'. O evento aconteceu na quinta, 29, na Estação da Cidadania, localizada na rua Pacatuba, no Centro de Aracaju. Cerca de 60 pessoas participaram da oficina.
De acordo com a coordenadora do Programa Saúde da Mulher, Ana Carolina, o principal objetivo da atividade foi formar multiplicadores em direitos da mulher. "A oficina ajuda a fortalecer o exercício pleno da cidadania das mulheres aracajuanas e contribui para divulgação da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres nos diversos setores da sociedade", explica Ana Carolina.
O secretário municipal de Saúde, Silvio Santos, ressalta a importância de eventos com essa temática. "Educar e conscientizar a população para uma cultura de paz também é uma das preocupações da Secretaria Municipal de Saúde. Através de ações estratégicas como essa, podemos refletir e ampliar os conhecimentos sobre as violências, tornando possível a formação de facilitadores, que são peças fundamentais nesse processo", afirma Silvio Santos.
O público alvo da oficina foram integrantes de ONGs, de movimentos sociais, universitários, assistentes sociais, profissionais da saúde, da educação e da assistência social.
Oficina
A oficina é parte da ‘Campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher - 2012', realizada pela SMS em parceria com o Conselho Municipal de Direitos da Mulher e Secretaria de Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc).
O evento contou com palestras sobre ‘Educação Sexista' e ‘Violência Doméstica', debates, dinâmicas de grupo e planejamento de estratégias para o enfrentamento da violência contra as mulheres.
A palestrante Maria Aparecida, professora de educação física e doutoranda pela Universidade Federal de Sergipe, falou sobre ‘Educação Sexista'. "Vivemos em uma sociedade que é heteronormativa, isto é, que tem os valores associados ao masculino um modelo a ser seguido. Dentro dessa ótica hierárquica de poder, o sexo feminino muitas vezes é visto como sexo de menor valor. Isto não só diminui o valor das mulheres, como também justifica algumas formas de violências. Diante disso, precisamos interromper os ciclos de violência através de ações educativas que sensibilizem para o exercício da cidadania plena, em que os homens e as mulheres têm direitos e deveres iguais", destaca.
Multiplicadores
Os participantes aprovaram a iniciativa da SMS e ficaram entusiasmados com o que aprenderam. Mariane Batista é membro do Conselho Municipal de Saúde e também compõe o Fórum da Mulher de Sergipe. Ela conta que pretende estimular o debate em outros locais públicos. "Porque não levar isso às comunidades, Unidades de Saúde, às Delegacias Plantonistas e outros ambientes?", contesta.
A estudante de direito e presidente do Movimento de Lésbicas de Sergipe (MOLS), Ednalva da Silva avalia que é muito enriquecedor discutir temas ligados aos Direitos da mulher. "É bom ver que em Aracaju, diversos setores estão se mobilizando para discutir as temáticas ligadas à violência contra mulher. A mulher lésbica, por exemplo, ainda sofre o estigma do preconceito da sociedade. Por isso, é fundamental unir forças para que o ativismo seja pautado em ações concretas e objetivos visando conquistar maior liberdade, respeito e também pelo fim da homofobia", avaliou a presidente do MOLS.