Na última terça-feira, 13, foi comemorado o Dia Nacional do Forró. Durante uma noite que renderá muitas recordações, artistas sergipanos se apresentaram na Praça de Eventos da Orla de Atalaia, com o objetivo de celebrar a música mais popular do nordeste. Além disso, o dia 13 de dezembro também corresponde à data em que nasceu o músico Luiz Gonzaga. Visando lembrar o aniversário do Rei do Baião com vigor e respeito, a Luzzy Eventos, em parceria com a Confederação Nacional de Quadrilhas Juninas (CONAQJ), realizou uma grande festa, que contou ainda com o apoio de várias entidades, a exemplo da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Funcaju).
Segundo a organizadora Luzzy Santos, o Dia Nacional do Forró já é celebrado há cinco anos em outros lugares, mas em Sergipe é apenas o 2º ano consecutivo de comemoração. “Nós escolhemos a Orla para ser palco dessa festa compreendendo que é o local com maior circulação de visitantes de fora do estado. A nossa proposta é que o turista venha pra cá e tenha acesso à cultura genuinamente sergipana, levando de volta para casa a imagem dessa celebração como parte da nossa identidade”, disse a organizadora.
Para o compositor Rogério, a noite faz jus não só ao lendário de Luiz Gonzaga, mas a todos aqueles artistas que trabalham com o autêntico forró pé-de-serra. “Eu já tive o prazer de tocar com o Gonzagão e de abrir alguns dos seus shows. Então, sei o que significa conviver com essa lenda e dividir alguns dos seus momentos mais inspiradores. Luiz Gonzaga não era apenas um músico criativo, mas um poeta de sensibilidade única com relação à vida do sertão nordestino. Esta noite tem potencial para respeitar todos nós que fazemos da nossa vida o forró e que damos continuidade à tradição”, falou Rogério.
Se tocar forró já é uma arte, dançar o ritmo de maneira coreografada é contribuir com a tradição através da essência do Rei do Baião. Em Sergipe, a quadrilha junina vem exercendo um papel que vai além de preservar parte da cultura popular nordestina. “O trabalho de uma quadrilha junina deixou de ser algo apenas cultural e atingiu uma importante referência social. A maioria das quadrilhas ensaia em escolas públicas e atuam em áreas periféricas da cidade, ocupando o tempo ocioso de jovens que poderiam estar fazendo atividades não interessantes para a família e para sua comunidade”, conta Eloy Filho, marcador da quadrilha Unidos em Asa Branca, que se apresentou na Orla de Atalaia durante a celebração do Dia Nacional do Forró.
Entre os vários artistas que puderam mostrar um pouco do seu trabalho e homenagear o Gonzagão, uma das atrações que mais animou os visitantes da orla de Atalaia foi a Orquestra Sanfônica de Aracaju (ORSA), encerrando com chave de ouro a noite que celebrou o ritmo musical mais popular de Sergipe. Para Valter Júnior, acordeonista integrante da ORSA, tocar forró é honrar a tradição sergipana e continuar um trabalho musical hereditário. “Eu praticamente cresci respirando o forró, através do meu pai, Valtinho do Acordeon. Por várias viagens que já fiz com a Orquestra, pude perceber como o forró é o elemento da cultura sergipana que mais chama a atenção para quem não é do estado. Talvez seja nossa principal identidade”, disse o músico.
Homenagem
O Dia Nacional do Forró não serviu apenas para homenagear Luiz Gonzaga. Em Aracaju, a organização da festa também encontrou espaço para lembrar de entidades que contribuem diariamente com a cultura do estado. Entre os homenageados estava o presidente da Funcaju, Waldoilson Leite, que mais uma vez foi reconhecido pelo trabalho frente à Fundação. “Essa festa está celebrando a música sergipana em sua mais pura raiz. A Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) jamais poderia ignorar um movimento tão bonito e que inspira os artistas locais a todo o momento”, comentou o presidente. Entre outros homenageados do noite, também estiveram a deputada estadual Ana Lúcia, o secretário adjunto da Secretaria de Estado da Cultura, Marcelo Rangel, e o forrozeiro Josa, o ‘Vaqueiro do Sertão’.
Comemoração alternativa
A Orla de Atalaia pode ser um dos locais mais atrativos para a realização de festas na capital sergipana, mas não é o único. No mesmo dia, outra homenagem ao Rei do Baião também aconteceu na Rua São João, um local historicamente importante para os festejos juninos de Aracaju. Sob a regência do trio pé-de-serra Três Moleques, o grupo Peneirou Xerém se apresentou para os moradores do bairro Santo Antônio e visitantes que puderam relembrar muitos clássicos do Gonzagão, além de reviver a época de ouro daquela área.
Para Joselito Faria, organizador da festa na Rua São João, a iniciativa é importante para manter viva a tradição tipicamente sergipana. “O forró é um ritmo empolgante e converge as pessoas em um sentimento único de alegria. Além disso, através do forró, e principalmente da música de Luiz Gonzaga, estão marcados todos os elementos históricos da região Nordeste, com a sua grande variedade de costumes”, explicou o organizador.
Apoio
Além da Funcaju, outras entidades apoiaram o Dia Nacional do Forró. Entre elas, a Empresa Sergipana de Turismo (Emsetur), a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Petrobrás.