Bosco Rolemberg abre seminário de igualdade racial

Agência Aracaju de Notícias
19/01/2012 08h01
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A fim de se equipar ainda mais na luta contra qualquer tipo de desigualdade e injustiça social, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) deu início na noite desta quarta-feira, 18, ao I Seminário de Promoção da Igualdade Racial. O secretário municipal de Assistência Social e Cidadania, Bosco Rolemberg, representou o prefeito Edvaldo Nogueira na abertura do evento, que é destinado, prioritariamente, aos professores da rede municipal de ensino e acontece no auditório da Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe (Caase), Centro da capital.

Promovido pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), o seminário tem como meta principal discutir as práticas  e projetos que visam a superação de desigualdades que historicamente atingem a população negra. No centro do debate está a lei 10.639/03 – que torna obrigatória o ensino da história e cultura afro-brasileira na educação básica de todo o país. A programação do evento, que se estende até esta quinta, 19, além de apresentações culturais, prevê a realização de oficinas e palestras direcionadas para a discussão de ações afirmativas que garantam a aplicação da lei na cidade de Aracaju.

Segundo Bosco Rolemberg, o seminário é um passo importante para que se avance no debate contra a desigualdade. “A população negra foi escravizada e explorada em diversos ciclos econômicos. Essas experiências negativas permitiram que vários países alcançassem seu atual patamar de riqueza ao mesmo tempo em que trouxeram o preconceito para a representação que a sociedade faz do negro até os dias de hoje”, explica o secretário.  “Este seminário, então, funciona como um impulso da Prefeitura de Aracaju à troca de ideias na luta pela bandeira da igualdade. E ações nesse sentido são fundamentais”, declara.

Políticas emancipatórias

“O grau de desenvolvimento do povo negro foi interrompido pela ganância e violência de que foi vítima por vários séculos. E essa é uma dívida que ainda não foi paga, já que os efeitos da exploração permanecem evidentes", defende o secretario municipal de Assistência Social e Cidadania. Segundo Bosco Rolemberg, a força do movimento negro e a disposição e coragem de suas lideranças tem conseguido grandes vitórias, mas também está no poder público parte da responsabilidade por modificar tal contexto. 

“A difusão de ideias e o estímulo ao debate promovidos pelo seminário incentivam o cumprimento do papel principal da educação que é o de desenvolver o pensamento crítico. E assim a esfera pública contribui para a ampliação da esperança de conquista dos objetivos de igualdade”, destaca Bosco.  “A necessidade já ficou demonstrada e por isso nós hoje trabalhamos para por em prática posturas pedagógicas que enfatizem o direito à liberdade e à diferença˜, ressalta o secretário municipal de Educação, Antônio Bittencourt.

Segundo Bittencourt os negros, enquanto escravos, foram submetidos à forma mais absoluta de desumanização e por isso veem o racismo repercutir negativamente em suas vidas até os dias atuais. “Isso é tão forte que muita vezes a escola também acaba reproduzindo esse preconceito, quando na verdade deveria difundir a sua prevenção”. Para o secretario de Educação, o seminário funciona como um chamamento aos professores a fim de se garantir que eles estejam cientes da sua responsabilidade de acabar com o silenciamento sobre a realidade africana e afro-brasileira nas salas de aula. "O seminário também visa contribuir, através de uma educação inclusiva, para a superação de desigualdades que atingem os negros e grupos sociais como os homossexuais e as pessoas com deficiência", afirma.

Representando o governador Marcelo Déda no evento, o secretário de Estado de Direitos Humanos e Cidadania, Luiz Eduardo Oliva, destacou a importância da lei 10.639/03, bem como de ações que oportunizem sua implementação. “A criação da lei abriu na legislação um leque de possibilidades de ações afirmativas nesse sentido. É preciso, no entanto, que se faça a lei ser de fato cumprida”, observa o advogado. “A Prefeitura de Aracaju, através desse seminário, que é pioneiro, abriu um caminho que deve ser trilhado em todo o estado e é fundamental para que tenhamos resultados efetivos quanto à aplicação da lei e à garantia dos direitos humanos por consequência”, finaliza.