PMA transforma vida de ex-morador de rua

Família e Assistência Social
23/01/2012 15h39
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Rosenilton Gonzaga dos Santos, 29 anos, nasceu em Aracaju e durante toda a sua vida morou com os pais no bairro Lamarão, até que, há pouco mais de quatro anos rompeu o vínculo familiar e passou a morar nas ruas. Sem controle sobre a própria vida por estar dominado pelas drogas pesadas como crack, cocaína e o álcool, Rosenilton dos Santos adotou como moradia o canteiro da avenida Beira Mar, na altura do Parque dos Cajueiros.

E assim se passaram quatro anos, até que em julho do ano passado a equipe de abordagem de rua do Centro de Referência para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop) da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc) o encontrou.  A primeira tentativa de aproximação não foi bem-sucedida. Rosenilton resistiu em abandonar aquela vida sem perspectivas.

"Como eu ‘morava' perto de uma boate, trabalhava ajudando a manobrar carros, mas o dinheiro que recebia era para me drogar", conta o ex-morador de rua. A equipe do Centro Pop não desistiu dele e tentou uma segunda aproximação, que deu certo. Ele aceitou a proposta de inclusão e cidadania levada pelos educadores sociais do Centro Pop.

Rosenilton dos Santos passou a viver na Central de Acolhimento da Prefeitura de Aracaju, onde está até hoje, recebendo todos os serviços socioassistenciais que o município de Aracaju oferece a esse público. "O passo inicial foi encaminhá-lo para a assistente social e a psicóloga do Centro Pop, enquanto cuidávamos de tirar todos os documentos dele e regularizar a sua situação junto à Justiça", informou a coordenadora do Centro, Anne Caroline Barbosa.

"Eu estava em dívida com a Justiça por ter cometido um delito", disse o ex-morador de rua. O Centro Pop fez o intercâmbio com o Poder Judiciário e conseguiu que Rosenilton dos Santos tivesse a pena comutada para serviços comunitários. Segundo Anne Barbosa, Rosenilton dos Santos respondeu bem a todas as intervenções. "Ele sequer precisou de tratamento clínico para abandonar as drogas", reforçou a coordenadora do Centro Pop.

Terceiro colocado

O Centro Pop também encaminhou Rosenilton dos Santos para os cursos de qualificação profissional oferecidos pela Semasc. Ele optou por qualificar-se como garçom e depois de concluído o curso foi orientado e incentivado pelos técnicos do Centro a participar do curso de Salvatagem. "Fiquei em terceiro lugar e aguardo ser chamado para trabalhar como garçom em plataformas marítimas", disse.

"Hoje eu tenho uma vida nova, com melhores perspectivas, e devo isso às pessoas do Centro Pop. Eles acreditaram em mim num momento em que nem mesmo eu acreditava que podia recomeçar. Eu achava que não tinha mais direito a nada. Minha família havia desistido de mim depois de tentarem por três vezes de me tirar das drogas, sem sucesso", confessou Roseniltos dos Santos, informando que vislumbra para o seu futuro construir uma família e ter sua casa própria.

Centro Pop

O caso de Rosenilton dos Santos é apenas um frente ao conjunto de ações de inclusão e Cidadania realizada pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania. Os números comprovam o esforço que o município tem feito para resgatar os moradores de rua da condição de indigência, restaurando a sua integridade moral e física, bem como recompondo os laços familiares.

Em 2011, o Centro Pop realizou uma média mensal de 100 abordagens de rua e 300 atendimentos, que vão desde a assistência psicossocial a um simples serviço de higiene pessoal. Por mês, o Centro Pop incluiu uma média de 30 novos usuários nos serviços socioassistenciais.

Quanto a Rosenilton dos Santos, a meta do Centro Pop agora é a de restabelecer os seus vínculos familiares destruídos no passado. "Estamos mantendo contato sistemático com a família para que ele possa ser acolhido novamente ao seio familiar", disse Anne Barbosa.

Inclusão e Cidadania

A campanha Inclusão e Cidadania - realizada pela Semasc entre novembro e dezembro de 2011, com o objetivo de resgatar a cidadania das pessoas que viviam em situação de rua, de trabalho infantil e de mendicância -, foi responsável pela inclusão de 27 pessoas em situação de rua nos serviços socioassistenciais do Município de Aracaju. Essas pessoas foram acolhidas pelo Centro Pop e encaminhadas para os abrigos Toca de Assis, Central Permanente de Acolhimento e Jesus Meu Abrigo.