SMS oferece programa contra o tabagismo

Agência Aracaju de Notícias
26/01/2012 15h49
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Maria Gilda, 47 anos, desde os nove anos tem contato com o fumo. Tinha o costume de acender o cachimbo para a sua avó, e nunca imaginou que esse simples ato levasse a um vício. Fumante há 24 anos, já tentou parar de fumar várias vezes e não conseguiu. “Fumo uma carteira por dia e o meu maior desejo é lagar o cigarro. Minha família me pede isso, mas sei que não consigo parar sozinha”, conta ela, ao informar que foi esse o motivo que a levou a procurar o Programa de Abordagem ao Tabagismo (PAT) do Centro de Especialidades Médicas (Cemar), localizado no conjunto Augusto Franco.

Ligado ao Ministério da Saúde, o PAT existe em Aracaju desde novembro de 2011. O programa visa atender os fumantes e auxiliá-los a largar o vício, formando grupos de apoio orientados por pneumologista, assistente social e enfermeiros. “O objetivo é acompanhar o grupo durante seis meses e ajudá-los a entender o que é o vício pelo cigarro”, explica Denise Alves, enfermeira do programa.

Segundo ela, as primeiras reuniões são feitas para que o fumante entenda o que é a dependência, troque experiências com os outros participantes e vejam que é possível largar o cigarro. “A dependência é ligada ao contato com a nicotina. A pessoa que prova e insiste em fumar, acaba se tornando dependente da droga. Muitas vezes a família não consegue compreender a dificuldade que é parar”, conta Denise.


Tratamento 

Para erradicar a dependência física, química e psicológica do fumante, o tratamento é baseado em conversas e em medicamentos que ajudam a diminuir a ansiedade e a repor a nicotina no corpo, com o auxílio de adesivos e pastilhas de nicotina. “Esses medicamentos são usados como uma forma do paciente ir se acostumando com a falta do cigarro”, relata a enfermeira.

As doenças que podem ser causadas pelo cigarro, como câncer de boca, estômago e laringe, aliado a uma questão social, em que os fumantes estão cada vez mais discriminados na sociedade, seja nos ambientes ou pelas pessoas, faz com que a procura por esses grupos cresça. “Hoje em dia, na maioria dos lugares é proibido fumar, têm muitas cidades que estão pregando uma política de erradicação do fumo, além da pressão feita pela família e amigos”, ressalta Denise.


Dificuldade

Tremores, dor de cabeça e irritação são alguns dos sintomas de abstinência da nicotina. O vínculo criado entre o fumante e o cigarro é um dos maiores entraves enfrentados por quem decide parar de fumar. “Muitos hábitos do fumante estão ligados ao cigarro, como tomar café após refeições. Desse modo ele acha que tirando o cigarro, vai ter que largar os seus hábitos. Ele acaba relacionando uma coisa com a outra.”, explica a enfermeira. Por isso é recomendado evitar costumes diários que estão associados ao cigarro durante o período de tratamento.


Grupo

Para participar do programa é preciso fazer um agendamento, passar por uma entrevista para saber o nível de dependência do usuário e ter conhecimento dos medicamentos que ele utiliza. “Temos um grupo de espera grande e orientamos aos participantes a não faltar às reuniões, para que o resultado seja o melhor possível”, explica a enfermeira.

Dona Maria Gilda já tentou entrar no programa algumas vezes e diz estar muito feliz por ter conseguido. “Já ouvi relatos de participantes que pararam de fumar sem o uso de medicamentos e isso me animou mais ainda, mostra que o programa tem resultado. A expectativa e a vontade que dê certo é muito grande”, declara.