O primeiro ato alusivo às comemorações do aniversário da cidade. Foi assim que o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, definiu a solenidade de reinauguração do Teatro Atheneu, realizada na noite desta segunda-feira, dia 5, pelo governo do Estado de Sergipe.
Após passar por uma ampla reforma, o mais antigo espaço para as artes cênicas em atividade no Estado reabriu as portas ao público totalmente modernizado. O governo de Sergipe investiu aproximadamente R$ 3 milhões na reestruturação do espaço que tem capacidade para 850 pessoas.
Fundado em 28 de março 1954, o teatro ganhou novo equipamento cênico, novo sistema de ar-condicionado, reforma da bilheteria, administração e hall de entrada, assentamento de carpete na parte da plateia, pintura interna e externa, além de reforma da cobertura, entre outros.
“Em nome da cidade de Aracaju, quero agradecer ao governador Marcelo Déda, por estarmos dando início às comemorações do aniversário de 157 anos da capital, tendo esse evento como primeiro ato. O velho Atheneu volta rejuvenescido, é um belo presente que recebemos antecipadamente”, disse Edvaldo Nogueira.
Durante o seu discurso, o prefeito lembrou que, além de ser palco para grandes apresentações musicais e culturais, o Teatro Atheneu também foi sede sergipana da luta contra a ditadura no Brasil. “Desde a sua fundação, no governo de Arnaldo Garcez, o Atheneu revolucionou a produção teatral e as artes cênicas em Sergipe, mas ele carrega também um pouco da história da nossa gente por ter sido palco de importantes momentos da nossa vida política. Foi aqui que em 1968, os jovens do movimento estudantil realizaram reuniões, manifestações e disseram não à ditadura”, relembrou Edvaldo.
A noite de festa começou com a apresentação do grupo teatral ‘A Tua Lona’ e ‘Pernas de Pau’. Os convidados presenciaram ainda o show dos bailarinos da companhia ‘Cubos’ de dança. Após a solenidade oficial de entrega, foi realizada a leitura dramática da peça ‘A última sessão de teatro’, interpretada pelo homenageado da noite, o ator sergipano Harildo Déda. A festa foi encerrada com a apresentação do Quarteto de Cordas da Orquestra Sinfônica de Sergipe.
Produção cultural
O prefeito falou também sobre sua felicidade em saber que Aracaju terá mais um espaço para fomentar a produção cultural do Estado. “Com a revitalização, os grupos terão mais espaço para mostrar todo seu talento. Tenho certeza de que iremos assistir muitos shows e peças teatrais produzidas pelos artistas da nossa terra e o velho Atheneu continuará sendo muito importante para a cultura sergipana, que ganha espaço para mostrar toda a sua beleza”, disse.
O vice-prefeito e secretário Municipal de Saúde, Silvio Santos, agradeceu a iniciativa do Governo de Sergipe em reformar o berço de tantos talentos teatrais. “É fantástico saber que esse marco da nossa cultura está reabrindo suas portas e retomando suas atividades justamente no mês de aniversário de Aracaju. É um presente grandioso para a nossa capital. Espero que da mesma forma em que em seus tempos áureos ele revelou tantos talentos e nos trouxe grandes espetáculos, que volte em grande estilo e continue sua trajetória de revelar grandes valores da nossa cultura”, disse Silvio.
A secretária de Estado da Cultura, Eloisa Galdino, disse que, superadas as dificuldades sofridas durante a reestruturação do local, é uma grande satisfação entregá-lo ao povo sergipano no mês do aniversário de Aracaju. “Reabrir o Atheneu é um marco, porque essa é a primeira casa de artes cênicas de Aracaju, um espaço que abriga não só a memória, mas também a história daqueles que produzem arte no nosso Estado”, frisou Eloisa.
Berço da cultura
Diante das autoridades, artistas e do público que foi prestigiar a reabertura do teatro, o governador Marcelo Déda falou de sua satisfação em reinaugurar um dos berços da cultura sergipana. “Esta é uma obra que valeu à pena esperar. A mais tradicional casa de espetáculos de Sergipe volta a abrir as suas portas, depois de um investimento que modernizou a plateia, o palco, equipamentos cênicos e que hoje volta a ser a casa das artes cênicas e da música sergipana”.
Déda destacou também que o Teatro Atheneu foi território livre da juventude rebelde, dos construtores da democracia brasileira em solo sergipano e disse querer que ele continue sendo um monumento à resistência cultural, aos que militam pelo teatro sergipano. O governador afirmou ainda que Aracaju não seria o que é sem ter o teatro Atheneu como referência da cultura, da política, do processo civilizatório, para que as pessoas, pela via da arte, pudessem conviver dentro da cidade como cidadãos plenos.