O Centro de Referência para População em Situação de Rua (Centro Pop) realizou na manhã desta quinta-feira, a palestra "Saúde preventiva e do homem", ministrada pelo médico da família Edney Pacheco Vasconcelos, pós-graduado em Apoiador da Política Nacional de Humanização em Saúde. A palestra foi dirigida aos usuários, que participaram ativamente das discussões. O médico utilizou um método interativo para iniciar a palestra. Dedilhando um violão, levou os participantes a refletirem sobre o conceito atual de saúde. Enquanto o palestrante entoava o refrão "saúde é....", os usuários do Centro Pop completavam a frase com expressões que refletiam a suas compreensões sobre o tema, a exemplo de bem estar... tudo...é dar um abraço na mãe.... e etc. O objetivo da palestra, segundo informou o coordenador do Centro Pop, Edilberto Souza, foi o mostrar aos usuários da unidade que saúde é um direito adquirido e estabelecido na Constituição Federal, bem como o de atender a demanda deles, que costumam solicitar atividades relacionadas ao tema saúde. "Palestras como esta sempre agregam novos conhecimentos ao nosso público e os ajudam a viver melhor, ainda que continuem em situação de rua", declarou o coordenador do Centro Pop, informando que o evento faz parte de uma série de atividades que vêm sendo realizadas na unidade, com o objetivo de resgatar a cidadania das pessoas em situação de rua. O palestrante falou sobre algumas doenças, como hipertensão, DSTs, diabetes a pedido dos usuários, mas focou a fala no tema saúde. "Não vamos falar sobre doenças. Estamos aqui para conversar sobre saúde e é preciso que vocês compreendam que saúde é luta, saúde é conquista", enfatizou. Ele informou os participantes sobre novos serviços de saúde voltados especificamente para as pessoas em situação de rua e para o homem. "No Brasil temos a Política Nacional de Saúde para a População de Rua desde 2005 e a Política Pública de Saúde do Homem desde 2009. Em Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre e Recife já está implantado o Programa de Saúde da Família para pessoas em situação de rua", informou eles aos usuários, lembrando que é preciso que eles comecem a cuidar da saúde preventivamente. Segundo o médico, 90% das pessoas em situação de rua só procuram o serviço de saúde quando estão sentindo alguma coisa. "É uma cultura presente ainda em toda a população, mas precisamos mudar isso", decretou o palestrante, acrescentando que acrescenta música e canto às suas palestras, que em geral acontecem como em uma roda de conversa, por entender que assim a pessoa aprende mais facilmente e fixa melhor as informações.