O Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência realizou na noite de quarta-feira, 19, a entrega do Troféu Pipiri - Gente que faz a diferença, oportunidade em que homenageou 26 pessoas. Alguns mereceram a honraria por estarem na linha de frente da causa e outros, por serem exemplos de superação. A solenidade aconteceu no Hotel Quality e contou com a presença de um convidado especial: Alexandro Faleiros, o Pai de Botas.
Alexandre Faleiros e seu invento foram tema de reportagem do Fantástico. Ele é pai de Felipe, um garoto de 13 anos que tem paralisia motora e acalentava o sonho de poder jogar futebol. Alexandre Faleiros construiu, com ajuda de profissionais, uma bota especial que cabe a ambos, permitindo que Felipe possa jogar futebol, conduzido por ele. "É inexplicável a emoção de estar com alguém dando os primeiros passos. Felipe motivou tudo isso, mesmo com todas as deficiências", disse ele para o público.
"Felipe me mostrou que não limites para a superação, para o amor e para a fé. A ideia da bota mudou muito a vida de Felipe e a minha. Ele passou a se sentir mais gente, mais forte e seu brilho aumentou", relatou o pai. A história de superação de Felipe e do amor paterno de Alexandre Faleiros se assemelha a de tantas outras pessoas com deficiência, mostradas na noite de premiação.
Uma delas é a de José Clóvis Rezende Neto, 20 anos, e de sua família. O garoto tem paralisia cerebral causada por erro médico, segundo explicou sua mãe, Cristiane Orico Rezende. "Ele passou três dias além da hora de nascer e só sobreviveu porque ficou um período na UTI entubado", conta ela. Clóvis Neto, como gosta de ser chamado, sobreviveu para mostrar que as deficiências podem ser superadas.
Ele cursou até a 9ª série e atualmente trabalha com a mãe, auxiliando-a nas atividades de secretária da Rezende Auto Peças, loja de propriedade da família. "É um funcionário muito atento, um menino muito bom e muito querido pelos seus familiares. Tem dificuldades, mas é um vencedor", declarou a mãe. Clóvis Neto foi homenageado com o Troféu Pipiri. "Estou muito feliz. Esse prêmio é muito importante para mim", revelou o garoto.
Reconhecimento
Entre as pessoas que atuam na causa da pessoa com deficiência estava Maria Ilza Santos, gerente da Estação Cidadania, unidade que acolhe todos os conselhos municipais, vinculada à Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania. A sua dedicação aos organismos de controle social lhe valeram o reconhecimento do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
"Estou muito honrada. Foi uma surpresa muito grande, que me deixa emocionada e ainda mais comprometida com a minha função de apoiar os conselhos municipais", declarou Ilza Santos, lembrando-se da sobrinha que tinha a Síndrome de Down e que há um ano deixou o plano material. "Ela era a pessoa mais importante na minha vida. Era minha companheira".
Homenageados
O Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência homenageou com o Troféu Pipiri 26 pessoas, com e sem deficiência. "O objetivo dessa homenagem é o de mostrar a superação desses cidadãos. Evidenciar à sociedade que eles têm capacidades, habilidades, competência e o direito de ir e vir", informou a presidente da entidade, Maria Gorette Medeiros.
A solenidade contou com a presença da secretária-adjunta de Assistência Social e Cidadania, Edvaneide Souza Paes Lima, que no ato representou o prefeito Edvaldo Nogueira e o secretário municipal de Assistência Social e Cidadania, Bosco Rolemberg. "Estamos aqui nesta noite para premiar talentos, mostrar os exemplos de superação e chamar a atenção da sociedade para as pessoas com deficiência, que não querem e não precisam de favor, mas de respeito aos seus direitos", disse Edvaneide Lima.
