A Língua Brasileira de Sinais (Libras) possui riquezas linguísticas da mesma forma que as línguas orais. E, pensando na sociabilização do deficiente auditivo, a Fundação Municipal do Trabalho (Fundat), tem realizado cursos nessa área, capacitando profissionais e outros cidadãos que desejam manter a comunicação com os surdos, transformando-os em multiplicadores, já que o número de pessoas capacitadas nessa linguagem ainda é pequeno. Atualmente a Fundação está qualificando 23 pessoas no Curso de Libras, realizado na Unidade de Qualificação e Produção José Joaquim dos Santos (Zé do Sal), sediada no bairro Coroa do Meio. Dentre os alunos estão assistentes sociais, professores, músicos, funcionários públicos e outros profissionais que desejam agregar o novo conhecimento a profissão que desempenha.
O curso está acontecendo de segunda a sexta-feira, das 8h às 10h e ministrado pela instrutora Débora Moreno. “Libras é muito importante para a comunicação do deficiente auditivo. É preciso respeitar o surdo como cidadão porque ele é capaz, produtivo e participativo em uma sociedade. É o princípio da igualdade e oportunidade”, esclarece a profissional, lembrando que a turma está demonstrando muito interesse, principalmente porque é formada por pessoas que desejam ampliar os seus conhecimentos e aplicá-lo na atividade que desenvolve.
Pedro Vitor Cerqueira Barbosa, 23 anos, é músico e dá aulas para crianças de 2 a 13 anos. Explicou que resolveu fazer o curso porque já teve a oportunidade de trabalhar com crianças especiais, além de ter presenciado situações em que era preciso saber a Libras. “Trabalho na área de educação ministrando aulas de música e preciso estar preparado para receber qualquer aluno. “O surdo, apesar de não ouvir sente a vibração da música e é notável o seu aprendizado”, comenta.
Pedro Barbosa destacou que o curso está sendo muito proveitoso porque, além da instrutora ter uma didática dinâmica, a turma é acolhedora e descontraída. “Está sendo um aprendizado ímpar”, declara.
A assistente social Flávia Rejane do Canto Sacramento, 32 anos, informou que está se qualificando em Libras porque é essencial para sua profissão. “Quero agregar esse conhecimento ao meu dia a dia de trabalho e já aprendi muita coisa que até então desconhecia”, relata.
O aposentado Manoel Paiva Matos, 74 anos, lembrou que iniciou o curso por curiosidade, mas que ao se deparar com a realidade mudou de opinião. “Quero dar a minha parcela de contribuição, aprendendo Libras e repassando o aprendizado para outras pessoas para que o número de pessoas capacitadas se multiplique”, afirma.
O funcionário público municipal José Sérgio da Silva, 53 anos, desempenha as suas funções na Fundat, especificamente no atendimento ao público que o procura quanto ao programa de microcrédito. “Como outros colegas, estou me qualificando para melhorar o meu atendimento, considerando que já passei por situações que precisava saber Libras”, disse.