Atenta à quantidade de resíduos que é encaminhada para o Aterro Controlado, no bairro Santa Maria, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), por meio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), desenvolve ações de controle para diminuir cada vez mais a quantidade de material reciclável que é desperdiçado. Somente com a coleta seletiva, mensalmente, cerca de 220 toneladas de resíduos recicláveis deixam de sujar o ambiente e se transformam em emprego e renda para ex-catadores hoje integrantes da Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem de Aracaju (Care), localizada também no bairro Santa Maria.
Outra parceria nascida com o mesmo propósito foi firmada com a Associação de Catadores do Coqueiral (Asscoq), que durante a noite executa o serviço de recolhimento de materiais recicláveis descartados pelas lojas no Centro da capital. Formada por seis integrantes, a associação armazena o que é recolhido num galpão localizado na região do Porto D’antas, loteamento Coqueiral.
"A parceria surgiu do momento em que incentivamos estes catadores a realizar o serviço na região do Centro da cidade, pois é uma área que concentra um grande número de material que serve para reciclagem. E como uma forma de organizar este serviço, a empresa ofereceu camisetas personalizadas, luvas, um carrinho coletor com a placa de identificação e uma caçamba que colabora no transporte deste material para a sede da associação. Eles realizam uma significativa ação ao contribuir com a diminuição de materiais que seriam destinados ao aterro", comentou a vice-presidente da Emsurb, Adenilde Gama.
Maria Gilvanda Santos, 57 anos, há dez mantendo o sustento da família a partir da reciclagem, se diz satisfeita pelo apoio recebido. "O nosso trabalho é duro recolhendo principalmente papelão do Centro da cidade, mas é algo que fazemos com dedicação. É através deste serviço que conseguimos um retorno financeiro para complementar a nossa renda e reconhecemos o apoio da Emsurb", ressaltou a catadora de material reciclável.
Atualmente, a Asscoq repassa o material reciclável para intermediários a preços mínimos. Realidade com breve perspectiva de mudança. Na semana passada, os associados da Asscoq estiveram no II Encontro Estadual de Catadores de Material Reciclável e puderam entender melhor sobre valor agregado, condições de trabalho, legislação, trabalho infantil, cooperativismo, coleta seletiva e, principalmente, política nacional de resíduos sólidos. O evento foi promovido pela Central de Cooperativas de Sergipe (Central Recicle) e pela Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem de Aracaju (Care), com o apoio do Ministério Público de Sergipe.
De acordo com o presidente da Central Recicle, Adriano dos Santos, a Asscoq fará parte da rede de comercialização de material reciclável. "Acreditamos que a associação tem potencial, já que o volume de material recolhido por eles aumentou a partir da parceria com a Emsurb. A associação já é integrada à rede de catadores, que é a Recicle, e a nossa intenção é inserir o serviço deste grupo também na parte de comercialização, para que os mesmos possam vender os papelões e outros materiais não mais para intermediários, e, sim, diretamente para as fábricas a um preço maior seguindo o padrão que as empresas exigem", enfatizou Adriano.
"Inicialmente, o caminhão que recolhe o material da Care também irá recolher o da Asccoq com o objetivo de ser repassado para as indústrias. O apoio da Emsurb permite aos catadores uma melhor perspectiva de vida dentro deste contexto", acrescentou o representante das Cooperativas de Sergipe, ao explicar que mesmo sendo uma associação, a Asccoq faz parte da rede de catadores e pretende ser transformada em cooperativa o quanto antes para que seja favorecida pela política nacional de resíduos sólidos.
