Assim como em toda festa, pública ou particular, a emissão de sons durante a realização do Pré-Caju não é completamente liberada. A Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), por meio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), desenvolveu durante todas as noites do evento o monitoramento do som emitido pelos camarotes particulares obedecendo a uma determinação do Ministério Público Estadual (MPE).
"Em relação à poluição sonora para os camarotes alternativos, ou seja, empreendimentos localizados em área privada e que não fazem parte do tradicional corredor da folia, a fiscalização é de responsabilidade da Emsurb e Polícia Militar. Com isso, ficou estabelecido pelo MPE que após a passagem do último trio elétrico estes camarotes particulares teriam até trinta minutos para realizar o desligamento do som. Efetuamos a fiscalização todas as noites e percebemos um retorno satisfatório dos empresários nesta questão, o que contribuiu para o sucesso da festa sem ocasionar grandes problemas", explicou o coordenador do setor de Controle e Combate à Poluição Sonora da Emsurb, Janilson Pereira Santos.
Cumprindo todas as exigências legais, a empresária Alfanina Santos Simões se diz satisfeita com a execução do serviço. "Acho válida essas ações, já que para montar um camarote particular para atender um grande público é necessária a liberação de vários órgãos como Corpo de Bombeiros, CREA, Emsurb, por exemplo. É importante que nos dias da festa eles fiscalizem quem executa esta atividade para evitar problemas. Estamos lidando com vidas que se deslocam até a festa para se divertir com segurança", disse a empresária responsável por um camarote.
Seguindo o mesmo pensamento, o empresário Zezinho Lima, que comandou pela primeira vez durante o Pré-Caju um camarote particular, comentou sobre a fiscalização. "Percebemos a presença da equipe da Emsurb todos os dias na festa realizando a vistoria destes locais e para não ter problemas estou cumprindo todas as exigências em relação ao som do nosso espaço", afirmou.
Vale ressaltar que é de responsabilidade da Associação Sergipana de Blocos e Trios (ASBT) o monitoramento do som emitido pelos trios elétricos.
Preocupação e riscos
Segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, a preocupação com a emissão sonora pode ser explicada pelos malefícios que a exposição a altos volumes de som pode causar. Caso seja ultrapassado o limite de intensidade que o ouvido humano é capaz de suportar, a audição começa a dar indícios de que está sendo comprometida.
Os ruídos excessivos e contínuos podem levar à deterioração das células ciliadas, localizadas dentro do ouvido, e alterar o processo de recepção dos estímulos sonoros. O primeiro sinal de desgaste das células é sentido geralmente como um zunido, logo após uma grande intensidade de ondas sonoras. A exposição a sons muito altos durante um tempo excessivo acelera esse processo de desgaste, adiantando uma possível surdez.