Universidade Federal e Emsurb levam Consciência no Manguezal à comunidade

Serviços Urbanos
25/03/2013 08h58
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Sempre atenta às questões ambientais, a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) iniciou na última sexta-feira, 22 de março e Dia Mundial da Água, o Projeto Consciência no Manguezal, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS). As atividades do projeto aconteceram também no sábado, 23, no Parque Augusto Franco (Sementeira) com o objetivo de conscientizar a população quanto à importância da preservação do ecossistema manguezal.

O grupo coordenado por estudantes do curso de Biologia da UFS levou aos aracajuanos, através da abordagem dos agentes ambientais da Emsurb, mais conhecimento sobre o solo, os espécimes da flora e da fauna e, principalmente, sobre os impactos ambientais da poluição no mangue. O trabalho foi voltado mais especificamente para a realidade do Parque Ecológico Tramanday, localizado no bairro Jardins.

O local já é limpo semanalmente por equipes da Gerência de Limpeza Urbana da Emsurb, mas o volume de resíduos mostra que é preciso mais cuidado de quem convive ou passa no entorno do parque. Na semana passada foram retirados 3 m³ de lixo do manguezal. "Encontramos todo o tipo de material. Garrafas plásticas, restos de material de construção, pneus, móveis velhos, carcaças de eletrodomésticos e também lixo doméstico. Essa sensibilização da população pode ajudar na diminuição desse descarte irregular", ressaltou o gerente de limpeza urbana da Emsurb, Roberto Gomes.

O supervisor do programa e coordenador das Práticas de Ensino de Biologia da UFS, Acácio Pagan, enfatizou aos participantes a necessidade da análise de como o ser humano interfere na natureza, processo chamado de antropização e que acontece no Tramanday com a presença de lixo, o desmate e a contaminação do solo pelo esgoto. Ele ressaltou que o público recebido na sexta-feira, formado por estudantes do ensino fundamental, está em processo de formação da autonomia moral e, assim, podem moldar a sua consciência ambiental de forma responsável e adequada.

Desta mesma forma pensa a estudante do curso de Biologia da UFS, Andreza Pereira, que também é uma das coordenadoras do Projeto. "A intenção primordial é conscientizar os moradores das áreas no entorno do Parque Tramanday, já que o mesmo sofre impactos ambientais profundos, e pode ser revitalizado com a ajuda da comunidade", esclareceu Andreza, que está a frente do projeto desde a sua idealização.

Os alunos da Escola Municipal Professor Diomedes Santos Silva e Escola Estadual Professor André Mesquita Medeiros, ambas localizadas no bairro Santa Maria, e do Colégio Master, localizado no bairro Jardins, conheceram o projeto na sexta-feira e participaram de atividades lúdicas como as oficinas de argila, reciclagem e produção de mudas em garrafa PET, além de jogos didáticos, como quebra-cabeça e o Trilhando o Manguezal. Brincando, os participantes aprendiam sobre a fauna, flora e as relações ecológicas do ecossistema Manguezal.

As professoras Ezelte Carvalho e Cláudia Andrade supervisionaram alunos do 5º ano do Ensino Fundamental enquanto participavam das oficinas do projeto. Para elas, o aprendizado pela prática é muito rápido e complementa perfeitamente o que é apresentado pelos livros, já que a vivência fica para a vida toda.

O professor de Ciências e Biologia do Colégio Master, Hamilton Santana, coordenou a visita de alunos do 9º ano do Ensino Fundamental ao evento. "É uma atividade que enriquece e motiva os jovens por estar discutindo aspectos do dia a dia e meio ambiente. É um tema interessante para este público não só pela relação aprendizado teórico e prático, mas também por possibilitar que eles vivenciem o ambiente ao seu redor, já que muitos residem nas proximidades do Parque Ecológico Tramanday", destacou Santana.

A oficina de Argila foi coordenada pela aluna do 9º período no curso de Biologia da UFS, Lilian Rodrigues. Ela incentivou os visitantes a fazerem animais e plantas encontrados no Mangue utilizando a argila. "O objetivo é que aprendam a importância da argila para o equilíbrio do ecossistema. Ao moldar objetos que representem a fauna e flora do local, aprendem que não existe somente a presença do caranguejo, mas também do siri, da garça e da vegetação do mangue vermelho", expôs a estudante.

Giovanna Resende, aluna do Colégio Master, lembrou-se de quando conheceu de perto o manguezal enquanto moldava um siri com argila. "Já cortei meu pé no mangue. Fui pescar siri e quando me apoiei em um galho, ele quebrou e caí", contou ela ao afirmar que com este tipo de prática do Projeto, assim como uma visita ao local, é mais rápido absorver o conhecimento do que apenas com os livros.