A tarde desta quarta-feira, 8, foi atípica para os cerca de 100 assistidos pelos CAPS Vida. É que neste dia foram comemorados os nove anos da instituição que trata de crianças e adolescentes em situação de dependência de álcool e outras drogas. Uma festa especial foi organizada e celebrou mais um ano de trabalho e dedicação voltado para a causa de recuperação de vidas.
Bolo, bexigas coloridas, tecidos decorativos e sorrisos de satisfação marcaram a tarde de celebração. Mais do que a comemoração de um espaço, o grupo envolvido no CAPS Vida, juntamente com os assistidos, festejaram o conjunto de trabalhos que tirou centenas de crianças e adolescentes de uma situação de degradação.
No ano em que foi criado, o CAPS atendia pessoas com transtornos psicológicos. Oito anos depois de sua inauguração, no entanto, a demanda passou a crescer de maneira acentuada no que tange o uso de drogas. "Há um ano nos dedicamos exclusivamente ao tratamento de usuários de drogas. São crianças e adolescentes com idades entre 10 e 17 anos que vinham se perdendo nesse caminho do uso de entorpecentes e hoje podem trilhar um novo rumo", disse Claudine Aguiar, apoiadora institucional do CAPS Vida.
Aquele que chega ao CAPS é de pronto acolhido por um grupo especial. "Avaliamos cada caso como único e depois dessa avaliação indicamos o tratamento específico para cada um", ressaltou a supervisora.
Na unidade situada na Vila Militar, são oferecidos diversos tipos de tratamentos como oficinas de artesanato, oficinas de pedagogia, voltada para a leitura e escrita, oficina de Educação Física, grupos psicoterapêuticos, atendimento à família e grupo de cidadania. "Procuramos assistir essas crianças e adolescentes da melhor maneira possível, orientando-os, ouvindo -os e tratando aquilo que os aflige e os leva ao uso das drogas", explicou Claudine.
De acordo com a coordenadora um dos problemas encontrados no tratamento diz respeito ao transtorno de conduta. "Cada caso é um caso. No entanto, às vezes nos deparamos que situações em que o usuário adquire uma personalidade agressiva, muito por conta da abstinência da droga. Isso acaba dificultando o trabalho, mas contamos com parcerias que nos auxiliam a conduzir o encaminhamento e posterior recuperação do indivíduo", reforçou.
Há nove anos convivendo na rotina do CAPS, a psicóloga Lívia Rocha avalia os nove anos como positivos. "Mudamos o nosso foco porque houve o aumento da demanda de usuários de drogas, mas, hoje contamos com uma equipe unida e focada no trabalho. Justamente por isso estamos obtendo êxito nas ações e percebemos uma evolução na recuperação dos assistidos", salientou.