Saúde de Aracaju participa do 5° Congresso Mundial de Leishmaniose

Saúde
22/05/2013 16h02
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De 13 a 17 de maio, o Brasil sediou pela primeira vez o 5° Congresso Mundial de Leishmaniose (WorldLeish 5 - Fifth World Congress on Leishmaniasis), que aconteceu em Porto de Galinhas, Pernambuco. A coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Aracaju, Roseane Nunes também prestigiou o evento, que reuniu estudiosos de todas as áreas do conhecimento relacionadas às leishmanioses. 

Roseane explica que a Leishimania, também conhecida por Calazar, é uma zoonose que preocupa órgãos públicos em todo país. "A maior incidência de casos humanos está no Nordeste do Brasil, o que afeta também a Saúde de Aracaju. Hoje, já existem formas de controlar a doença e no congresso foi enfatizado que o Ministério da Saúde já aprovou uma vacina para ser usada em cães, mas que no futuro poderá ser ofertada pela saúde pública", afirma. 

Reseane destaca que melhorar o combate à Leishmania e outras zoonoses é um dos objetivos da Prefeitura de Aracaju, que já garante gratuitamente os exames para situações suspeitas. "É preciso que agora também sejam reforçadas as ações estratégicas para romper o ciclo de transmissão doença, que acontece através do mosquito palha, afetando cães, ratos, raposas e seres humanos. No congresso, artigos científicos comprovaram que até gatos podem ser afetados pela doença", explica. 

O evento ofereceu aos participantes material educativo, documentários e experiências exitosas no controle das doenças. "Vamos aproveitar todos esses informativos para em breve também distribuir nos bairros de Aracaju em palestras e ações educativas que o CCZ fará nas comunidades mais afetadas", afirma Roseane, que reforça que nos próximos meses os servidores do CCZ de Aracaju serão capacitados e atualizados para o controle da doença. 

HIV e Leishmania 

O 5° Congresso Mundial de Leishmaniose ainda esclareceu fatos científicos importantes como a coinfecção de pessoas com HIV que ficam mais suscetíveis a contrair a Leishmania.  "Em 2011, a taxa de pessoas com HIV que morreram devido a complicações causadas pela Leishmania cresceu para 6,8%. Também foi enfatizado que hoje a Leishmania tem causado mais mortes no país que epidemias como a dengue", comenta a coordenadora do CCZ. 

Áreas como epidemiologia, clínica, biologia celular e molecular, imunologia, diagnóstico, terapêutica, prevenção e controle também foram debatidas no encontro.

A Leishmaniose cutânea, mucocutânea e visceral são doenças graves e difundidas em 88 países, colocando em risco cerca de 350 milhões de pessoas no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima uma incidência anual de dois milhões e um total de 12 milhões de casos atuais. Nas Américas, além do Brasil, a doença tem uma incidência expressiva em países como Colômbia, Venezuela, Uruguai, Paraguai e Argentina.