Capacitar os conselheiros municipais e locais de saúde para que orientem os casais a realizarem o pré-natal e evitar que crianças nasçam com sífilis. Esse foi o objetivo de uma oficina realizada, hoje à tarde, no Centro de Educação Permanente de Saúde (Cepes), no bairro Ponto Novo, para cerca de 40 pessoas.
Segundo Marília Uchôa, enfermeira do Programa de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), de janeiro a julho deste ano 40 crianças nasceram com sífilis congênita. A oficina com os conselheiros faz parte do plano municipal de combate à sífilis congênita e uma das missões é combater a doença, "que é um grave problema de saúde pública", ressaltou Marília Uchôa.
Ela lembra que no ano passado, a SMS registrou 122 casos, porque as mães não fizeram o pré-natal adequado. "A mulher grávida, se não combater a doença, vai transmiti-la para o bebê", disse Marília, ao destacar que, em virtude da doença, a criança pode nascer prematura (entre o sexto ou sétimo mês), pode nascer cega e com retardo mental ou então ser natimorto.
"Os conselheiros locais de saúde são líderes em suas comunidades. E devem conversar com os casais sobre a importância do exame pré-natal. Esse é um papel importante", ressaltou Marília. "Se o casal tem o tratamento 30 dias antes de o bebê nascer, ele não terá a doença", frisou. O tratamento no casal é feito com penicilina.
"Quero ressaltar que 29 Unidades de Saúde da Família (USF) têm o teste rápido para detectar sífilis e HIV. Em 15 minutos sabemos se a pessoa tem a doença. Se for positivo, o tratamento começa imediatamente", afirmou Marília.
Vacinas
O evento contou com a participação do coordenador do Programa de Saúde do Homem, Fabrício Almeida, que alertou sobre a necessidade do homem realizarem os exames para detectar se tem ou não a sífilis. O coordenador do Programa DST/AIDS da Secretaria do Estado da Saúde, Almir Santana, também alertou para a necessidade do exame pré-natal e a importância dos conselheiros municipais de saúde disseminarem a informação.
"O conselheiro tem penetração na comunidade, até mais do que nós. E o nosso intuito é reforçar a importância do pré-natal", afirmou Eloíse Dias, referência técnica do Programa DST/AIDS Hepatites Virais da SMS.
A sífilis é uma doença infecto-contagiosa grave, porém, quando é devidamente tratada, tem cerca de 98% de chance de cura. Esta cura total pode ser alcançada em 1 ou 2 semanas de tratamento, mas há casos onde ela pode perdurar por 2 anos ou mais.
O tratamento é feito com o uso de injeções semanais de penicilina. A concentração de penicilina, a quantidade de doses e de dias em que devem ser tomadas vai variar de acordo com o tempo que a doença está instalada no indivíduo.
Em geral, o tratamento para a sífilis ocorre da seguinte forma: sífilis primária: 1 única injeção de penicilina benzatina; sífilis secundária: 2 injeções de penicilina numa semana; sífilis terciária: 3 injeções de penicilina numa semana; neurosífilis: 6 injeções de penicilina por dia, durante 10 a 14 dias. A sífilis é considerada curada quando os exames de VDRL e do líquor são considerados normais, entre 6 e 12 meses após o início do tratamento.