Servidores iniciam curso de capacitação em Libras

Formação para o Trabalho
26/08/2013 17h55
Início > Notícias > Servidores iniciam curso de capacitação em Libras

Na tarde desta segunda-feira, 26, foi iniciada a primeira turma de servidores do curso de capacitação em Libras (Língua Brasileira de Sinais) básica, organizado em parceria pela Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) e Secretaria Municipal da Administração (Semad). A capacitação, distribuída em uma carga horária de 120h, contemplará inicialmente duas turmas que terão aulas três vezes por semana com uma duração de quatro horas por dia. O objetivo do curso é preparar os servidores municipais lotados nos setores de atendimento e recepção ao público sobre a melhor forma de se comunicar e prestar assistência aos cidadãos com deficiência.

A presidente da Fundat, Gláucia Guerra, esteve presente na aula inaugural e enfatizou a importância do curso para a prestação de um serviço público de qualidade e inclusão social.

"É com muita satisfação que damos início a um projeto pioneiro e engajado a um serviço social e inclusivo a todos os cidadãos. Assim, aproximando o trabalho da Fundat com a sua secretaria demandante, a de Ação Social do município. O curso procura mostrar que a comunicação é estendida além das questões verbais e se direciona a uma interação do gestual, trabalhando um novo conjunto de expressão e formas de conversação", afirma Gláucia, ainda enfatizando que a oferta inicial foi direcionada aos profissionais vinculados às secretarias da Saúde e Família e Assistência Social, mas que depois será estendida para outros órgãos e unidades.

No local, a gerente geral de desenvolvimento pessoal da Semad, Maiza Teles Dantas, explicou aos participantes que a finalização do curso contará com certificação atestada pelo Ministério da Educação (MEC), a partir do cumprimento mínimo de 75% de frequência das aulas. Além disso, Maiza aproveitou para reiterar que o curso atende uma necessidade exigida pelo Ministério Público sobre a adequação dos órgãos públicos no atendimento às pessoas com deficiência.

"A preocupação é garantir a melhoria do trabalho de atendimento ao público, inclusive respeitando o cidadão com deficiência que muitas vezes não consegue ser bem recebido pela falha no processo de comunicação com o atendente que presta o serviço", diz.

Planejamento

Para os 30 alunos matriculados em cada turma, seja no período da manhã ou tarde, as aulas seguirão um esquema programático similar, em que serão destacados o processo de comunicação do cotidiano para situações possíveis de acontecer no ambiente de trabalho das secretarias. De acordo com a ministrante do curso, Débora Diniz, o conteúdo das aulas também trará uma abordagem sobre a condição do surdo no convívio social e como se realiza o processo educacional e a aplicação do bilinguismo no ato de comunicação.

"Isso tudo será levantado de forma pontual, mas contribuirá para que os alunos enxerguem a realidade presenciada pelos surdos e como eles são inseridos habitualmente no meio social. Mas na questão prática, focaremos a parte de conversação e diálogos em línguas de sinais. Para isso, serão utilizados recursos como música, encenação e outras dinâmicas que vão introduzindo gradativamente o vocabulário básico que eles precisarão adquirir para estabelecer o mínimo de compreensão durante uma conversa na língua de sinais", afirma.

Importância

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é considerada a segunda língua de comunicação do país, sendo que desde 2005 ela é adotada como disciplina obrigatória para cursos de formação em licenciatura para todas as instituições de ensino superior do país. Nas repartições e instituições de caráter público, também é exigida a prestação de tratamento adequado às pessoas com deficiência, a partir do emprego e difusão da língua de sinais como canal de comunicação.

Além do fator inclusivo, na opinião de um dos alunos do curso, Fábio Delgado, as aulas também servirão para ampliar os conhecimentos dos participantes sobre como é possível se comunicar de uma forma mais ágil e segura. "Acho válido a realização do curso e já estava até querendo fazer antes. Pretendia até mesmo pagar, caso não fizesse de forma gratuita. É uma forma de aprender a se comunicar melhor e saber como se expressar adequadamente", afirma.

Já na opinião da educadora da Semfas, Carla Patrícia de Meneses, o curso irá ajudar na sua rotina de trabalho, inclusive a superar sua dificuldade no atendimento ao público com deficiência. "Já passei pela experiência de tentar dialogar com um surdo e não obtive sucesso. Acho muito boa essa iniciativa e desejo que seja ampliada para outras áreas de trabalho do setor municipal", avalia.