Prefeito participa de entrevista na TV Atalaia

Agência Aracaju de Notícias
16/09/2013 21h45
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O prefeito João Alves Filho concedeu entrevista hoje, 16, ao Jornal do Estado 1ª Edição, da TV Atalaia, esclarecendo dúvidas sobre a questão que envolve a ação civil pública do Ministério Público em relação às concessões dos taxistas e da nova licitação para o banco oficial do município.

Confira a entrevista na íntegra.

Jornal do Estado- Por que dessa licitação dos taxistas?

João Alves- Acho que foi um equívoco. Digo acho porque não estou querendo me contrapor a posição do Ministério Público. Ao executivo cabe cumprir as determinações. No entanto, isso independe do executivo. Mas, tivemos a oportunidade de manter alguns contatos, já que isso deve ser feito através de diálogos. Estou esperançoso. Tenho um respeito muito grande pelo trabalho feito pelo Ministério Público e tenho certeza que eles não vão querer prejudicar cerca de quatro mil pais de famílias. São dois mil taxistas, mas, cada carro tem um substituto para alternar, já que o taxista não pode trabalhar 24h. Hoje teremos uma reunião no Ministério Público às 14h com a promotora e já está sendo realizado um encontro da secretária da Defesa Social, Georlize, que também está dialogando com o MP de forma oficial, mas anteriormente já estava havendo conversas oficiosas para encontrar uma solução alternativa.

JE- Mas o senhor acha que essa licitação de alguma forma prejudicaria os taxistas que já rodam na capital?

JAF- Prejudicaria certamente. Para se ter uma ideia, há taxistas que já têm mais de 20 anos de profissão. Na semana passada estive no sindicato da categoria, tem pessoas com até 40 anos de profissão e outras, cuja profissão é essa. Da mesma forma que alguém estuda para ter uma profissão, eles escolheram essa condição de vida. Além do meu conhecimento pessoal, os taxistas gozam de um conceito muito bom, não apenas os da capital. Quando era governador do Estado fiz uma pesquisa com todos os turistas que vinham pra capital, perguntando o que eles mais gostavam e o que não gostavam. O primeiro ponto que eles diziam era a hospitalidade do sergipano, o que me orgulhava bastante. No terceiro item era o preparo e delicadeza dos motoristas de táxis e diziam que eles não enganavam.

JE- Mudando um pouco de assunto, falando sobre a venda da folha dos servidores da prefeitura que sairia do Banese, porque dessa decisão?

JAF- Tenho o maior respeito pelo Banese. E não é palavra apenas, porque hoje estamos em véspera de política e tem muitas pessoas ‘assanhadas'. Ajudei muito o Banese e sempre tratei de fortalecer a instituição. Quando terminei minha gestão como governado o lucro foi seis vezes maior que o da gestão anterior. A Fundação Getúlio Vargas considerou-o como o segundo melhor banco público do Brasil. Abrimos várias agencias pelo interior do estado e fizemos isso porque é nosso patrimônio. Estamos abrindo licitação porque houve um enfraquecimento muito grande dos municípios brasileiros e em Aracaju foi de forma muito violenta. O Governo Federal, por exemplo, deu incentivo fiscal às indústrias dando isenção de um imposto que é destinado aos municípios. É a primeira vez em Aracaju que o fundo de participação não é considerado nossa primeira receita, já que caiu 40% causando um enfraquecimento grande em nossa gestão. Está havendo uma politização nos pronunciamentos. O Banco do estado de 2008 até hoje perdeu mais de ¼ dos depósitos, porque há um instrumento hoje chamado portabilidade onde o servidor é quem escolhe o banco que quer receber seu pagamento. Houve uma saída grande do Banese e as razões disso é que outros bancos estão tendo um maior cuidado com o funcionário público. Mas o Banese pode recuperar essas contas. Vamos fazer uma licitação por questão de sobrevivência financeira. Quase todos os prefeitos do nordeste brasileiros estão fazendo.

JE- Inclusive o Banese decidiu não participar da licitação, como o senhor recebeu essa informação?

JAF- Estou até estranhando as declarações da presidente do Banese, porque ela foi a primeira a tomar conhecimento sobre a licitação há dois meses e nunca me procurou. Percebo que o interesse é mais político do que técnico. Mesmo havendo a licitação, o servidor sai do banese se quiser. Se for da vontade dele pode continuar com a conta no Banese, não há problema algum. A conta única da Prefeitura de Aracaju continuará no Banese. Porém, aconselho ao banco, com todo o respeito, a investir mais no tratamento com o funcionário público, dando condições a ele e tendo uma remuneração competitiva com o mercado.

JE- O que a prefeitura ganha com as mudanças das contas?

JAF- Há uma previsão, aproximadamente de recebermos R$ 40 milhões. Para uma prefeitura que está com dificuldade enormes por várias razões. Quero lembrar aos telespectadores que o Estado, por exemplo, está nos devendo mais de R$ 20 milhões só na área da saúde. Dinheiro que vem do SUS e que não está sendo repassado. Isso já é uma herança maldita. Não gosto de ficar falando de gestões anteriores, mas tenho que dar uma satisfação à população. Com esses recursos poderemos investir em ações que são de interesse da população e pagar as dívidas. Vamos investir em saúde, educação e segurança.