O Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência realiza na noite desta sexta-feira, 20, a solenidade de entrega do Troféu Pipiri, quando irá homenagear 21 pessoas com e sem deficiência, que superaram barreiras ou apoiaram a causa. O ato, que reconhece o esforço que a sociedade aracajuana tem feito para garantir acessibilidade a todas as pessoas com deficiência, em suas diversas necessidades, será realizado a partir das 19h, no Teatro Tobias Barreto.
Entre os homenageados estarão a presidente do Centro de Integração Raio de Sol (Ciras), Caroline Estela Freire de Carvalho, o portador de deficiência Clóvis Lúcio Santos, a trabalhadora com deficiência do grupo GBarbosa, Andreza Kelly Severino e a gerente geral do Hiper GBarbosa do Shopping Riomar, Cláudia Almeida Fonseca.
A secretária municipal da Família e da Assistência Social, Selma Mesquita, assegurou ao conselho todo o apoio logístico que o evento requer e estará presente à solenidade. "É um momento importante, de homenagens e de reconhecimento às superações das pessoas com deficiência e à dedicação daqueles que abraçaram a causa a contribuem para que se avance na garantia dos direitos dos cidadãos com deficiência", disse Selma Mesquita.
Quem foi Pipiri
Sergipano, nascido na década de 30, filho de Uberlina Santos, Pipiri se chamava Humberto Santos. Foi artista popular e possuía uma deficiência intelectual, por isso foi aposentado na época como débil mental. Essa discriminação acabou levando-o ao alcoolismo.
Pipiri dedicou-se à poesia, sobretudo à sátira. Por conta da sua irreverência, ficou conhecido como o ‘Boca do Inferno Sergipano', numa alusão ao também poeta Gregório de Matos, pois tanto um como o outro usava a sátira pra criticar os costumes da sociedade e política.
Dedicou-se também à realização de shows em praças públicas, teatros e educandários, com apresentações de imitações e anedotas que rendiam a ele algum dinheiro extra do cachê. Era considerado o ‘Maluco de Deus' pelas crianças e adolescentes.
Nos últimos anos de sua vida, Pipiri foi proibido de exercer sua profissão artística nos locais de costume por causa da ‘sujeira' que fazia quando estava bêbado. Ele sabia que estava decaindo profissionalmente por sua própria culpa, mas tudo isso, segundo ele, foi culpa da sociedade que o discriminou. Devido à sua embriaguez, Pipiri morreu atropelado por um carro na esquina da avenida Barão de Maruim com rua Santa Luzia.