Saúde de Aracaju e Instituições parceiras ampliam debate sobre Redução de Danos

Saúde
12/11/2013 11h37
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A coordenação do Programa Estratégia e Redução de Danos e Referência em Álcool e outras Drogas da Secretaria de Saúde de Aracaju reuniu-se com instituições parceiras com o intuito de afinar o olhar para as práticas diárias de atendimento aos usuários, para equalizar ações que possam humanizar o tratamento. Esta forma intersetorial de se pensar os casos de dependência foi a base da última Conferência Nacional de Saúde Mental, que aconteceu em 2010.

“Nossa perspectiva com esse encontro é juntar diversos atores que trabalhem com a intenção de ajudar os usuários. Assim, mais uma vez trouxemos o Domiciano Siqueira, que é presidente da Associação Brasileira de Redução de Danos (ABORDA), e vai nos falar sobre esse olhar mais direcionado ao ser humano, de forma em geral, trabalhando conceitos e desmistificando preconceitos que certamente surgem no trabalho diário com os dependentes. Assim, a Secretaria de Saúde de Aracaju fez o convite às instituições de Sergipe que façam este trabalho, para que, juntos possamos olhar de forma igualitária para estas pessoas que estão em situação de vulnerabilidade”, explicou o coordenador da Estratégia de Redução de Danos de Aracaju, Wagner Mendonça.

Participaram da reunião representantes da Secretaria Municipal da Família e Assistência Social (Semfas), órgãos públicos de Defesa Social, Ministério Público, Secretaria Estadual da Saúde, Guarda Municipal, entre outros. De acordo com o coordenador de Atenção Psicossocial da Secretaria Estadual de Saúde, José Augusto de Oliveira, essa ampliação do debate foi importante para que se discutam ideias que venham diretamente beneficiar os atendidos.

“A partir de discussões como esta é que percebemos as brechas deixadas pela falta de políticas públicas que atinjam diretamente os atendidos. Vejo que precisamos de uma mobilização maior no tocante ao ir de encontro aos usuários, oferecendo desde atendimento médico a partir de consultórios na rua até distribuição de preservativos, panfletos e outros insumos”, pontuou Wagner.

Abordagem humanista

Domiciano Siqueira começou seu bate-papo falando da visão histórica do preconceito, indo desde a questão da mulher e seus direitos, passando pela escravidão e a suposta falta de alma dos negros até os usuários de drogas, que até hoje permanecem sendo tratados de forma distinta dos demais pacientes, sendo marginalizados. “O conceito de drogas sempre esteve ligado à saúde, à justiça ou a religião, mas sabemos que se deve trabalhar a partir da cidadania, que vê o direito individual como fonte de análise e base para se entender o consumo. É preciso mudar a política pública, envolvendo a sociedade nas questões política humanitárias, onde o usuário poderá e deverá cumprir suas obrigações sociais, não sendo tratado de forma preconceituosa”, disse.