A Secretaria Especial de Cultura (SEC/Funcaju) através da unidade Biblioteca Clodomir Silva homenageou o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, com diversas atrações culturais. As atividades aconteceram na unidade da secretaria, na tarde de quarta-feira, 20, e contou com apresentação do grupo de dança da Escola Murilo Rosa, localizado no bairro Bugio, idealizado pela professora Luz Serra e a cantora Maria Antônia Souza Costa. A comemoração teve ainda a palestra "A Importância da Cultura Brasileira", proferida pelo historiador Fernando Aguiar.
"A data foi instituída para refletir sobre a inserção do negro na sociedade, a discriminação e preconceito racial. Para marcar a data de aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, grande líder da resistência negra na época da escravidão, a biblioteca promoveu estas atividades para explicar à comunidade a relevância da conscientização deste dia, além de trazer apresentações de dança e canto sobre a cultura afro", comenta a diretora da Biblioteca Clodomir Silva, Fátima Góes.
Para o professor de história e palestrante Fernando Aguiar, trabalhar a consciência e a importância do negro na história do Brasil e de Sergipe é disseminar a cultura para a população. "Na minha palestra abordo sobre a importância da cultura brasileira e os jovens presentes aprendem mais sobre esse tema e discutir o dia 20 de novembro como um dia de justiça e igualdade racial e étnica para os povos negros no Brasil", ressalta.
Ao levar alunos para aulas fora do âmbito escolar permite que o aprendizado seja dinâmico e que desenvolvam o poder de reflexão sobre a história e cultura afro-brasileira e africana no Brasil. "Essa tarde proporciona o pensar sobre o Dia da Consciência Negra. Estou adorando essa aula com atividades diferenciadas como apresentação do grupo de dança, palestra e descobrimos novas músicas de nossa cultura", explica a estudante do 9º ano do Colégio Unificado, Ilmara Menezes.
"Embora só tenha ampliado as comemorações nos últimos anos, o dia é de festejar e nada melhor que poder evitar o desenvolvimento do autopreconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade para nossos jovens. É isso que temos feito", relatou Fátima Góes, diretora da Clodomir Silva, complementando que "somos um povo forte, marcados por lutas. Temos que passar esse legado para a educação de base, pois são nossas crianças o futuro do nosso país", acrescentou.
Falar da religiosidade africana através da música e canto é incentivar a cultura afro. "Cada vez que se canta e se apresenta é abrir a cabeça do adolescente desfazendo o preconceito. Ao ensinar as crianças e adolescentes é ter um adulto livre de preconceito e sabe respeitar o próximo", justifica a cantora Maria Antônia Souza Costa.
De acordo com a professora Luz da Serra participar e fazer com que os alunos compreendam esta mistura racial no próprio grupo de dança que eles participam já é trabalhar as diferenças. "O grupo tem a mistura racial brasileira. O nosso objetivo maior é conscientizá-los a partir dessa perspectiva de que todos são iguais. Hoje, na apresentação vamos mostrar um pouco da musicalidade da cultura afro", diz.